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quarta-feira, 2024/05/15  11:30
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Brasil mostra no Japão sua cara mais atual para celebrar 120 anos de relação

Programa inclui amostras de artes visuais, arquitetura, música, gastronomia e teatro

EFE

O Brasil lembra em 2015 seus 120 anos de relações bilaterais com o Japão através de um amplo programa de eventos culturais que pretendem aproximar o país asiático a uma imagem contemporânea de sua arte e de seu estilo de vida.

O programa, que começou neste mês e se prolongará até o final do ano, inclui amostras de artes visuais, arquitetura, música, gastronomia e teatro, todas elas selecionadas “pela qualidade e por refletir as relações recíprocas”, disse nesta sexta-feira (10) em entrevista à Agência Efe o embaixador brasileiro no Japão, André Corrêa de Lago.

A primeira grande retrospectiva no Japão do influente arquiteto Oscar Niemeyer, outra sobre a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi e a exibição de um mural do pintor japonês Tsuguharu Fujita inspirado no Brasil são alguns dos eventos mais destacados do I Festival da Cultura Brasileira no país asiático.

O objetivo do programa cultural é “mostrar uma imagem mais contemporânea do Brasil, e da qualidade de sua arte e de seu estilo de vida”, explicou Corrêa do Lago.

Desde que estabeleceram relações diplomáticas em 1895, Brasil e Japão mantiveram “uma relação muito positiva, muito intensa na troca humana e muito frutífera para ambas as partes no âmbito econômico”, destacou o embaixador brasileiro.

Devido à emigração em ambas as direções, atualmente há quase 2 milhões de descendentes de japoneses no Brasil, e cerca de 180 mil residentes brasileiros no país asiático.

No entanto, “no Japão de hoje não há uma visão do Brasil atual”, já que “muita gente segue tendo uma imagem dos anos 60 e 70, e desde então o país mudou muitíssimo”, ressaltou Corrêa do Lago.

Por isso, foi desenhado o programa cultural pondo ênfase em mostrar um Brasil “além do folclórico e do típico conhecido, como os Carnavais do Rio de Janeiro”, disse.

Também foram procurados artistas que tenham retratado os laços entre ambos países, como o fotógrafo japonês-brasileiro Haruo Ohara (1909-1999), autor de expressivas séries de instantâneas em branco e petro sobre japoneses emigrados ao país latino-americano após a Segunda Guerra Mundial.

Na mesma linha, as exposições de Niemeyer e Bo Bardi serão desenhadas pelos arquitetos japoneses Ryue Nishizawa e Kazuyo Sejima, ambos agraciados com o prêmio Pritzker, e poderão ser vistas respectivamente no Museu de Arte Contemporâneo de Tóquio (MOT) e no centro Watari-um.

O programa também inclui uma mostra fotográfica sobre as origens da Bossa Nova, instalações da artista visual Regina Silveria em três fachadas de edifícios de Tóquio e a representação de uma montagem japonês de “Toda nudez será castigada”, do aclamado dramaturgo Nelson Rodrigues, entre outros atos.

O programa cultural da Embaixada do Brasil no Japão continuará em 2016, coincidindo com a realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, cidade que será sucedida por Tóquio em 2020. “Queremos aproveitar esta ‘ponte olímpica’ para aproximar ainda mais ambos países”, disse o embaixador brasileiro.

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