Camboja aciona Corte Internacional contra Tailândia

Phnom Penh, Província de Phnom Penh, Camboja — 17 de junho de 2025 — Agence Kampuchea Presse – O governo do Camboja anunciou que enviou uma carta à Corte Internacional de Justiça (CIJ) na tentativa de resolver oficialmente suas disputas territoriais de longa data com a Tailândia.

Segundo o primeiro-ministro cambojano, Hun Manet, a decisão representa um esforço por uma saída pacífica e baseada no direito internacional, após um recente confronto armado em uma área contestada na fronteira que resultou na morte de um soldado cambojano no mês passado.

“Escolhemos a via judicial internacional como forma civilizada e legal de resolver essa disputa histórica”, declarou Hun Manet pelas redes sociais no domingo (15).

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Tailândia manifestou profunda decepção com a iniciativa cambojana. Na segunda-feira (16), Bangkok pediu a retomada de negociações bilaterais como meio prioritário de solucionar o impasse.

Representantes dos dois países se reuniram no fim de semana em Phnom Penh, mas não chegaram a um consenso que aliviasse a tensão crescente na região de fronteira. Com o agravamento da situação diplomática, medidas de retaliação começaram a ser adotadas de ambos os lados.

A Tailândia passou a restringir pontos de travessia na fronteira e o Camboja, por sua vez, proibiu a exibição de filmes tailandeses em território nacional. A escalada preocupa analistas e moradores locais, que veem risco de deterioração nas relações diplomáticas e comerciais.

“O diálogo é essencial, mas o caminho institucional precisa ser respeitado”, afirmou um representante do governo cambojano sob condição de anonimato.

Embora disputas sobre a delimitação de fronteiras entre Camboja e Tailândia não sejam novas, o recente confronto reacendeu antigas rivalidades e gerou alertas para a necessidade de uma solução definitiva. A iniciativa do Camboja de recorrer à CIJ é vista como um passo significativo para a pacificação da região, embora reste saber se a Tailândia aceitará a jurisdição da corte.

A comunidade internacional acompanha com atenção os desdobramentos, temendo que a instabilidade regional comprometa esforços de cooperação econômica e segurança no Sudeste Asiático.