Preço do arroz no Japão mais que dobra em um ano

Tóquio, Japão, 25 de março de 2025 – Agência Kyodo – Os preços do arroz continuam em alta nos supermercados japoneses, com novos dados mostrando que mais que dobraram em relação ao mesmo período do ano passado. Consumidores aguardam com expectativa a chegada iminente das reservas emergenciais às prateleiras, que deve começar ainda esta semana.

O Ministério da Agricultura informou que o preço médio de um pacote de 5 kg de arroz foi de 4.172 ienes (cerca de 28 dólares) na semana até 16 de março, com base em pesquisa realizada em cerca de 1.000 supermercados. O valor representa um aumento de 104% em relação ao ano anterior e alta de 2,3% em relação à semana anterior, marcando a 11ª semana consecutiva de aumento.

Na tentativa de conter a escalada de preços, o governo japonês realizou no início deste mês o primeiro leilão de arroz dos estoques nacionais, com mais de 140.000 toneladas vendidas. Os atacadistas participantes começaram a receber o produto na semana passada, e a expectativa é que ele chegue aos mercados ainda nesta semana.

Em um supermercado na cidade de Fukui, no centro do Japão, funcionários afirmaram que planejam destacar o arroz das reservas governamentais em local visível. Eles relataram ter recebido inúmeras perguntas de clientes sobre qual marca estará disponível e quando.

“Será ótimo se o arroz do leilão for mais barato que o estoque atual nas lojas”, comentou uma cliente. Outra consumidora mostrou-se cética: “Não espero uma grande mudança. Vou continuar comprando como sempre.”

Analistas projetam que o pacote de 5 kg do arroz emergencial custará algumas centenas de ienes a menos que os preços atuais. A medida visa aliviar o impacto da inflação nos alimentos básicos, que tem pressionado o orçamento das famílias japonesas.

A alta nos preços do arroz, alimento essencial na dieta japonesa, tem sido atribuída a fatores como a desvalorização do iene, que encarece as importações, e problemas climáticos que afetaram a produção doméstica no ano passado. O governo monitora a situação de perto e não descarta novas medidas caso os preços continuem subindo.