As pessoas no Japão estão lembrando as vítimas de um dos eventos de guerra mais catastróficos da história, 78 anos depois que um avião de guerra dos EUA lançou uma bomba atômica na cidade de Hiroshima.
As pessoas se reuniram no Parque Memorial da Paz da cidade para homenagear as vítimas nas primeiras horas da manhã.
Uma mulher, que tinha dois anos de idade quando a bomba foi lançada, disse: “Venho aqui há décadas para prestar minha homenagem aos meus parentes que morreram. Já estou velha e me pergunto quantas vezes mais poderei vir”.
Um homem, de 41 anos, disse: “Venho aqui todos os anos com minha família para dizer aos meus filhos que este aniversário é muito significativo”.
Sua filha de nove anos disse: “Desejo um mundo pacífico”.
Hiroshima ficou em silêncio às 8h15 da manhã de domingo (6), no exato momento em que a bomba explodiu em 6 de agosto de 1945. Os raios de calor, a radiação e a onda de explosão do bombardeio devastaram a cidade, matando cerca de 140.000 pessoas até o final daquele ano. Muitos dos que sobreviveram sofreram de câncer e outras doenças relacionadas à exposição à radiação.
Cerca de 50.000 pessoas participaram da cerimônia deste ano. Representantes de mais de 100 países e algumas agências internacionais participaram da cerimônia.
Alguns assentos foram abertos ao público pela primeira vez em quatro anos, já que as medidas contra o coronavírus foram flexibilizadas.
O prefeito de Hiroshima, Matsui Kazumi, colocou uma lista com os nomes de 339.227 vítimas em um cenotáfio. Ela inclui 5.320 pessoas que morreram ou cujas mortes foram confirmadas no último ano.
Em sua declaração de paz, o prefeito observou que os líderes do G7 reafirmaram seu compromisso de alcançar um mundo sem armas nucleares quando se reuniram em sua cidade em maio.
Mas ele ressaltou que os líderes também disseram que suas políticas de segurança são baseadas no entendimento de que, enquanto existirem, as armas nucleares devem servir para fins defensivos.
Matsui disse: “Os líderes de todo o mundo devem enfrentar a realidade de que as ameaças nucleares que estão sendo expressas agora por determinados formuladores de políticas revelam a insensatez da teoria da dissuasão nuclear. Eles devem tomar imediatamente medidas concretas para nos conduzir do perigoso presente em direção ao nosso mundo ideal”.
Matsui também disse que o Japão deve aderir imediatamente ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares. Potências nucleares como os EUA e a Rússia não apóiam o tratado. O Japão e outros países que dependem delas para dissuasão também não o assinaram.
O primeiro-ministro Kishida Fumio disse que o Japão está comprometido com a busca de um mundo sem armas nucleares, apesar dos desafios impostos pelo ambiente de segurança.
Kishida disse: “Hoje, o caminho em direção ao nosso objetivo tornou-se ainda mais difícil, pois a comunidade internacional ficou ainda mais dividida sobre como avançar o desarmamento nuclear e a Rússia ameaça usar armas nucleares. Mas é ainda mais importante, na situação atual, que reconstruamos o impulso internacional em direção a um mundo sem armas nucleares.”
A idade média dos sobreviventes da bomba atômica é agora de mais de 85 anos.
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