“Eu Nativo” documentário de Ulisses Rocha é premiado no exterior
Ulisses Rocha, jornalista, apresentador e cineasta, acaba de ser premiado pelo seu documentário “Eu Nativo”, no 8° Festival Internacional Anatolia, de Istambul – Turquia. O filme está também na seleção oficial do Montreal Independent Film Festival, no Canadá. Ulisses possui DRT como diretor cinematográfico sendo autor de 39 documentários, entre eles 3 longas metragens.
“Eu Nativo” mostra aspectos da vida indígena das tribos Kayapó, Potiguara, Tabajara, Fulni ô e Pankararu, localizadas no norte e nordeste do Brasil. O filme, lançado em janeiro de 2022, traz imagens deslumbrantes das belezas naturais que cercam as aldeias onde vivem as etnias e depoimentos surpreendentes sobre como os indígenas sofrem com o preconceito racial e a discriminação por parte da sociedade não indígena. O filme apresenta uma sensível reflexão sobre indivíduos nativos, que raramente têm a oportunidade de falar sobre suas emoções e tristezas.
Os Kayapó (foto abaixo), vivem em aldeias dispersas ao longo do curso superior dos rios Iriri, Bacajá e Fresco, bem como afluentes do volumoso rio Xingu, delineando um território quase tão grande quanto a Áustria no Brasil Central e quase inteiramente coberto por floresta equatorial.Ulisses ficou um mês pelo norte e nordeste do país filmando o documentário “EU NATIVO”, no Pará, onde teve contato com o jovem pajé Potiguara, que detém a sabedoria das plantas e das matas, com a ajuda dos espíritos encantados. “Este pajé representa uma nova geração, com todas as tradições da cultura indígena, aliadas a modernidade. Indígenas atuais andam de carro, usam iPhone, mas mantém sua cultura. Acho que nunca aprendemos sobre eles nas escolas,” disse Ulisses.
Os Potiguara são um grande exemplo da luta entre os povos indígenas no nordeste do Brasil. Sua história de contato com a sociedade não indígena remonta ao início da colonização. Hoje, buscam manter o vigor de sua identidade étnica por meio da reaprendizagem da língua tupi-guarani.
Participou de um almoço legitimamente brasileiro, com líderes Pankararu (foto acima), indígenas com mais de 500 anos de Brasil. A Terra Indígena Pankararu, homologada em 1987, está localizada entre os atuais municípios de Petrolândia, Itaparica e Tacaratu, no sertão pernambucano, próximo ao Rio São Francisco. Corresponde à memória que os Pankararu mantêm da doação imperial de uma sesmaria para a missão religiosa que assentou seus ancestrais, durante os séculos XVIII e XIX.
O cineasta visitou os Guerreiros Fulni-ô (foto abaixo), em Águas Belas-PE, o único grupo indígena do Nordeste brasileiro que conseguiu manter viva e ativa sua língua – o Ia-tê –, assim como o ritual que chamam de Ouricuri, que atualmente é realizado em total sigilo. Na parte central da Reserva Indígena está a cidade de Águas Belas, que é inteiramente cercada pelo território Fulni-ô.
Os Tabajara foram uma das tribos Tupi de povos indígenas que viveram na porção mais oriental da costa atlântica do nordeste do Brasil no período anterior e durante a colonização portuguesa. O nome significa “senhor da aldeia” da aldeia tupi-guarani taba, e senhor jara. Doutor e mestre em comunicação midiática na Unip, Ulisses é um jornalista com ampla formação em audiovisual. Professor universitário desde 2005 das disciplinas telejornalismo, documentário e filme publicitário, lecionou nas universidades FMU e Fiam.
Natural de Bauru, interior de São Paulo, Ulisses iniciou a carreira de repórter em 1992, no Sistema Globo de Rádio, na Rádio Globo São Paulo e Rádio CBN. Trabalhou como repórter na Rede Manchete em 1994 e logo depois se transferiu para a Rede Bandeirantes. Em 1996, foi para a Rede Record, fazendo reportagens para o Jornal da Record, sendo transferido logo depois para ser o apresentador do Cidade Alerta, ficando até 2003. Permaneceu no setor jornalístico por 8 anos, realizando coberturas nacionais e internacionais, e produziu 12 documentários para o Repórter Record.
Em 2004 foi transferido para o Domingo Espetacular e em 2005, entrevistou na floresta colombiana, Rául Reyes, porta voz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Se desliga da Rede Record em 2005 e em 2007 vai para o SBT como editor do Jornal da Massa, apresentado pelo Ratinho. No programa, fazia narrações do helicóptero e ainda editava reportagens e quadros cômicos com Dani Calabresa e a equipe do Café com Bobagem.
Retornou para a Rede Record em 2010, como apresentador do Balanço Geral. Tempos depois retorna novamente ao SBT, dessa vez no SBT Repórter, substituindo o César Filho no Boletim de Ocorrências e Jornal SBT Manhã. Ulisses apresentava as notícias nacionais e internacionais, no jornal ao vivo, e narrava do helicóptero o noticiário local, com Rodolpho Gamberini. Retorna a Rádio Globo São Paulo, onde ficou até 2014.
Ulisses produziu em 2013, o seu primeiro filme documentário de longa metragem, Mães Solteiras, sem nenhum apoio governamental para a realização do documentário. Ele próprio comprou os equipamentos de filmagem e contou com a ajuda de amigos que atuavam no jornalismo e cinema para a realização do projeto, que durou cinco anos entre roteiro e finalização da edição, sendo inscrito em festivais no Brasil e no exterior.
Em 2020 criou o podcast Casos Extraordinários, relatando histórias de pessoas comuns. Foi nomeado em 2021, o LEILOEIRO OFICIAL, pela Junta Comercial de SP. Sua inserção no mercado de leilões é uma forma de financiar os seus filmes. Apresentador no canal Psicologia em Podcast Ulisses Rocha conversa com a psicóloga Silvia Navarro sobre vários problemas como transtorno bipolar, depressão, síndrome de “burnout”, crise de ansiedade, ciúme nos relacionamentos entre outros assuntos.
https://youtu.be/gsFlT-R5jXM
Ulisses já teve outro filme em destaque, Sertão (Hinterland) que foi selecionado para exibição no Golden Tree International Documentary Festival, realizado de 4 a 6 de novembro de 2021, iniciando em Pequim e terminando em Paris. Ulisses levou as histórias do sertão paraibano a locais distantes. O documentário mostra histórias de quem sofreu com a seca no sertão da Paraíba e as mudanças com a chegada da tecnologia.
Da Redação by Cleo Oshiro
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