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Coreia do Norte procura apoio do Sudeste Asiático na disputa com EUA

A Coreia do Norte apelou aos países do Sudeste Asiático para apoiarem sua disputa com os Estados Unidos, para evitar o que poderia ser um "holocausto nuclear", de acordo com uma carta obtida pela AFP.

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Coreia do Norte procura apoio do Sudeste Asiático na disputa com EUA.

A Coreia do Norte apelou aos países do Sudeste Asiático para apoiarem sua disputa com os Estados Unidos, para evitar o que poderia ser um “holocausto nuclear”, de acordo com uma carta obtida pela AFP.

Na carta ao secretário-geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático – ASEAN, o ministro das Relações Exteriores da Coréia do Norte, Ri Yong-Ho, alertou que a situação na Península Coreana estava “a beira da guerra” por causa das ações de Washington.

Ele pediu ao secretário geral da ASEAN para que informe os ministros de Relações Exteriores das 10 nações “sobre a grave situação” na península “e lhes dê uma proposta apropriada”, enquanto criticava os exercícios militares EUA-Coreia do Sul.

As tensões cresceram na região, nas últimas semanas, após uma série de testes de mísseis norte-coreanos e uma dura retórica de Washington sobre o programa de armas ilegais de Pyongyang.

Uma cópia da carta da Coreia do Norte, datada de 23 de março, foi obtida pela AFP na quinta-feira (27) antes da reunião de cúpula dos líderes da ASEAN em Manila, onde se espera que eles discutam a situação na península.

“Expresso minhas expectativas de que a ASEAN, que atribui grande importância à paz e à estabilidade regionais, fará um pronunciamento a respeito dos exercícios militares conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul em sua conferência, a partir de uma posição justa, e desempenhará um papel ativo na salvaguarda da paz e da segurança da Península Coreana”, disse a carta.

A Coréia do Norte é conhecida por ter estreitos laços com alguns membros da ASEAN, incluindo Camboja e Laos. No entanto, a ASEAN já se manifestou contra as ambições nucleares da Coreia do Norte.

Uma declaração divulgada no final de uma cúpula dos líderes da ASEAN no Laos no ano passado expressou “uma séria preocupação” com os testes nucleares da Coréia do Norte e pediu que ele respeitasse as resoluções do Conselho de Segurança da ONU destinadas a reduzir seu programa atômico.

Movimento Incomum

A carta de Ri é um movimento altamente incomum. Um diplomata do Sudeste Asiático disse que, desde que se lembra, esta foi a primeira vez que a Coréia do Norte escreveu uma carta pedindo a ajuda da ASEAN sobre o assunto.

A carta foi enviada depois que os laços diplomáticos de Pyongyang com o membro da ASEAN, a Malásia, foram seriamente danificados com o assassinato, em Kuala Lumpur, em fevereiro, de Kim Jong-Nam, o meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-Un.

A Coréia do Sul culpou Pyongyang pelo assassinato, acusando seus agentes de usarem um agente nervoso proibido.

Ri escreveu, na carta, que os exercícios militares anuais dos EUA e da Coréia do Sul justificaram a decisão de Pyongyang de desenvolver suas próprias armas nucleares.

“É um fato, claro para todos, que quando eles implementam meios de um ataque nuclear, que pode levar a península coreana a um holocausto em apenas alguns segundos … a natureza desses exercícios não pode ser defensiva”, diz a carta.

Washington enviou um grupo de ataque liderado pelo porta-aviões USS Carl Vinson à península coreana, em meio a sinais de que o Norte poderia se preparar para um sexto teste nuclear.

O almirante Harry Harris, que chefia o Comando do Pacífico dos EUA, disse em Washington, nesta semana, que o grupo de ataque Carl Vinson estava no Mar das Filipinas, a leste de Okinawa, “colocando a Coréia do Norte dentro do alcance de fogo.”

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, convidou os Estados Unidos e as potências asiáticas, China, Japão e Coreia do Sul a exercerem a paciência para lidar com a Coréia do Norte.

“É um momento em que seria bom que as partes envolvidas se acalmassem”, disse Duterte aos repórteres. “Eu advertiria a todos … se houver uma guerra nuclear por aqui, um holocausto, isto se transformará em terra arrasada.”

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