Ações da Sharp caem quase 15% nesta sexta-feira, depois que a multinacional taiwanesa Hon Hai disse que iria atrasar a sua aquisição, multibilionária, para rever novas informações que recebeu sobre a debilitada gigante japonesa.
Analistas ficaram animados com a decisão da Hon Hai Precision de fazer sua primeira aquisição no exterior, Sharp – a gigante eletrônica japonesa, que oscilava à beira da falência por anos com sua divisão de eletrodomésticos acumulando perdas maciças.
Mas, depois que os mercados fecharam na quinta-feira, a Hon Hai, maior fornecedor de produtos eletrônicos do mundo, disse que não iria assinar o pacto até tivesse a chance de digerir novas informações sobre uma das companhias mais conhecidas do Japão, não detalhando quais documentos havia recebido.
No entanto, a Bloomberg News, citando fontes familiarizadas com o assunto, disse que as nova informações envolvem potenciais passivos, superando 300 bilhões de ienes, que a Hon Hai teria que assumir em uma aquisição.
A mídia informou que o valor da aquisição poderia chegar a 700 bilhões de ienes, incluindo a dívida da Sharp.
Um porta-voz da Foxconn de Taiwan se recusou a comentar, assim como uma porta-voz da Sharp em Tóquio.
A Nikkei Business Daily disse que a Foxconn teve conhecimento prévio dos possíveis passivos, e que, supostamente, poderia incluir nos custos de reestruturação e demissões.
Acrescentou que a Sharp enviou executivos para Taiwan, para tentar salvar o acordo, que faria com que a Hon Hai assumisse uma participação de 65,9%, no valor de 489 bilhões de ienes.
As ações da Sharp caíram, nesta sexta-feira, quase 15%, fechando a 127 ienes.
A aquisição parecia ter concluído o namoro da Sharp, por muitos anos por Terry Gou, o bilionário proprietário da Foxconn, que tem a Apple entre seus principais clientes, fabricando o iPhone.
“É estranho que, depois de perseguir uma empresa durante quatro anos, você não iria fazer uma investigação e descobrir mais sobre o passivo contingente, bem antes de finalizar o acordo”, disse Alberto Moel, analista da Sanford C Bernstein & Co.
Mas Hideki Yasuda, analista do Instituto de Pesquisa Ace em Tóquio, disse que o acordo, provavelmente, seria concluído.
“Não há nenhuma obrigação, no acordo, com as regras contabilísticas japonesas para divulgar os passivos contingentes”, disse à Bloomberg News. “O fato da Sharp não ter reservado dinheiro para isso sugere que a probabilidade é baixa e o risco mais latente.”
A Sharp havia considerado a oferta da rival da Hon Hai, o consórcio, apoiado pelo governo, Innovation Network Corporation Japan (INCJ).
O governo japonês estava preocupado de que tecnologias chaves da Sharp caíssem nas mãos de uma empresa estrangeira.
Apesar de seu balanço negativo, a Sharp ainda é um líder em tecnologia de monitores de cristal líquido (LCD) e a empresa continua a ser uma das marcas corporativas mais conhecidos do Japão no exterior.
Porém, a empresa com mais de século de existência, tem acumulado perdas após a crise financeira global de 2008 e tem lutado, através de um plano de reestruturação, que tenta tirá-la do vermelho.
Os analistas, em geral, elogiaram o acordo da Hon Hai, dizendo que iria melhorar as relações comerciais existentes entre as empresas.
As empresas têm trabalhado juntas, durante anos, em tecnologia de tela de grande porte, inclusive para televisores, e operam conjuntamente uma fábrica de monitores LCD no Japão.
Fonte: Japan Today http://www.japantoday.com/category/business/view/sharp-shares-plunge-after-takeover-thrown-into-question
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