Zelenskyy descarta eleições em áreas ocupadas

Kyiv, Ucrânia, 22 de dezembro de 2025, Reuters – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, declarou que não há condições para realizar eleições presidenciais nos territórios temporariamente ocupados pela Rússia. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa realizada no sábado (20), em resposta a comentários do presidente russo Vladimir Putin.

Putin havia sugerido que a Rússia estaria disposta a “garantir segurança eleitoral” na Ucrânia, mencionando até a possibilidade de suspender ataques em regiões específicas no dia da votação. Ele também afirmou que entre 5 e 10 milhões de ucranianos vivendo na Rússia teriam o direito de votar em território russo.

Zelenskyy rejeitou as declarações e afirmou que não cabe à Rússia determinar o formato ou o calendário eleitoral da Ucrânia, reforçando que qualquer processo democrático deve ser decidido exclusivamente pelo povo ucraniano.

“Eleições em territórios ocupados são impossíveis. A Ucrânia não permitirá que outro país dite como nossa democracia deve funcionar”, afirmou Zelenskyy.

O presidente também alertou para o risco de interferência russa no processo eleitoral, lembrando que Moscou tem pressionado publicamente pela realização de eleições e questionado a legitimidade de seu mandato.

Paralelamente às declarações políticas, a Ucrânia enfrenta novos ataques. Um míssil russo atingiu a infraestrutura portuária de Odesa na sexta-feira (19), deixando oito mortos e 27 feridos, segundo autoridades locais.

Durante a mesma coletiva, Zelenskyy afirmou que o governo está mobilizando apoio emergencial para os moradores afetados, incluindo fornecimento de alimentos, combustíveis e medicamentos. Ele informou ainda que o vice-primeiro-ministro Oleksii Kuleba foi designado para coordenar as ações no local.

“Nosso dever é garantir que cada cidadão atingido pelo ataque receba assistência imediata”, disse Zelenskyy.

A crise reforça o clima de instabilidade no país, que segue enfrentando ofensivas militares e pressões políticas enquanto tenta manter suas instituições democráticas funcionando.