Mais de 7 mil professores tiram licença por saúde mental no Japão

Radio Shiga

2 horas atrás

Tóquio, Tóquio, Japão, 22 de dezembro de 2025, NHK – O Ministério da Educação do Japão informou que 7.087 professores da rede pública tiraram licença médica por depressão e outros transtornos de saúde mental no ano letivo encerrado em março de 2025. Embora o número seja 32 casos menor que o recorde registrado no ano anterior, ele ultrapassa a marca de 7 mil pela segunda vez consecutiva, evidenciando um problema estrutural no sistema educacional japonês.

Do total de docentes afastados, 3.458 atuavam em escolas primárias, 1.639 em escolas de ensino fundamental II e 1.006 no ensino médio. Em abril de 2025, 1.458 professores — cerca de 20% — haviam deixado definitivamente a profissão, segundo o levantamento.

As causas do adoecimento foram identificadas por conselhos locais de educação. Entre os fatores mais citados estão:

26,5%: dificuldades relacionadas ao processo de instrução e manejo de alunos
23,2%: problemas de relacionamento no ambiente de trabalho
6,1%: exigências excessivas de pais ou responsáveis

O cenário preocupa autoridades educacionais, que veem um agravamento das pressões sobre os docentes, especialmente em um contexto de escassez de profissionais e aumento das responsabilidades administrativas.

“Os resultados nos dão um sério senso de crise. Muitos professores relatam sentir-se assediados por pais e membros da comunidade. Medidas urgentes são necessárias”, afirmou um representante do ministério.

Especialistas apontam que a sobrecarga de trabalho, aliada à falta de suporte psicológico e ao envelhecimento da força de trabalho, tem contribuído para o aumento dos afastamentos. O governo estuda novas políticas para reduzir a carga administrativa dos docentes e reforçar equipes de apoio nas escolas.

“Sem mudanças estruturais, o sistema educacional continuará perdendo profissionais experientes e jovens talentos”, alertou um consultor educacional envolvido nas discussões.

O Ministério da Educação deve apresentar, ainda este ano, um plano de ação voltado à melhoria das condições de trabalho e ao fortalecimento da saúde mental dos professores, considerado essencial para a manutenção da qualidade do ensino no país.