Protestos em Caxemira deixam nove mortos e tensão aumenta

Muzaffarabad, Província de Azad Jammu e Caxemira, Paquistão — 4 de outubro de 2025 — Anadolu Agency – A região de Caxemira sob controle do Paquistão vive uma escalada de tensão após protestos que deixaram nove mortos desde o dia (29) de setembro. Milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital Muzaffarabad exigindo o fim dos privilégios concedidos a políticos e autoridades locais, além de subsídios para alimentos e energia.

Os confrontos entre civis e forças de segurança resultaram na morte de seis manifestantes e três policiais. Segundo o Ministério do Interior, ao menos 43 agentes ficaram feridos. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e bloqueios, enquanto o governo suspendeu o acesso à internet e às linhas telefônicas na região, obrigando o fechamento de lojas e serviços.

“Estamos enviando uma delegação para investigar os acontecimentos e pedimos moderação de todos os lados”, declarou o primeiro-ministro Shehbaz Sharif no dia (2).

A insatisfação popular tem sido alimentada pela alta inflação que afeta o cotidiano dos paquistaneses. Os moradores de Muzaffarabad já haviam protagonizado protestos em 2024, exigindo a redução dos preços de alimentos, o que resultou na morte de quatro pessoas.

As manifestações atuais refletem um acúmulo de frustrações sociais e econômicas, com foco na desigualdade entre a população e os detentores de cargos públicos. A repressão e o corte de comunicações aumentam a preocupação com os direitos civis na região.

“O povo está pedindo dignidade, justiça e acesso básico à sobrevivência. Ignorar isso é ampliar o conflito”, afirmou um líder comunitário local.

As autoridades prometem investigar os episódios e buscar soluções para conter a crise, mas a instabilidade continua a crescer em meio ao silêncio digital e à pressão nas ruas.