Komeito anuncia saída da coalizão governista no Japão

Tóquio, Japão — 11 de outubro de 2025 — Yomiuri Shimbun – O partido Komeito anunciou sua saída da coalizão governista liderada pelo Partido Liberal Democrata (LDP), encerrando uma parceria política que durou mais de 26 anos. A decisão foi comunicada pelo representante-chefe do Komeito, Saito Tetsuo, à nova presidente do LDP, Takaichi Sanae, durante reunião realizada na tarde do dia (10).

Segundo Saito, o LDP não apresentou respostas satisfatórias às propostas do Komeito sobre a reforma do financiamento político. O partido vinha pressionando por medidas que limitassem doações corporativas e organizacionais, consideradas essenciais para garantir maior transparência no processo eleitoral.

“Enfrentar a questão do financiamento político é nossa prioridade máxima. Por isso, decidimos encerrar a relação com o LDP por ora”, declarou Saito.

A presidente do LDP, Takaichi Sanae, havia afirmado que manter a coalizão com o Komeito era fundamental para a estabilidade política, especialmente após sua recente eleição para o comando do partido. A expectativa era de que o apoio do Komeito fosse decisivo na escolha do novo primeiro-ministro, quando o Parlamento japonês se reunir nas próximas semanas.

No entanto, Saito deixou claro que os parlamentares do Komeito não apoiarão Takaichi sem garantias concretas de cooperação e compromisso com as reformas propostas. O impasse pode alterar significativamente o cenário político japonês, já que o LDP depende de alianças para manter maioria legislativa.

“Sem respostas claras e específicas, não há como o Komeito apoiar a liderança do LDP neste momento”, reforçou Saito.

A aliança entre os dois partidos teve início em 1999, quando o LDP perdeu a maioria na Câmara Alta e buscou apoio do Komeito para formar governo. Desde então, a parceria foi marcada por estabilidade, mas também por divergências ideológicas e estratégicas.

A ruptura ocorre em um momento delicado, com o país se preparando para novas sessões legislativas e debates sobre reformas institucionais. Analistas políticos apontam que o fim da coalizão pode abrir espaço para novas alianças e redefinir o equilíbrio de forças no Parlamento japonês.