Brasil concorre ao Prêmio BIE-Cosmos com projeto de técnica de carpintaria do Amazonas na EXPO 2025

Osaka, Província de Osaka, Japão — 2 de setembro de 2025 — NHK – O Brasil está entre os finalistas do Prêmio BIE-Cosmos 2025, com um projeto que valoriza a carpintaria ancestral da Amazônia. A iniciativa é exibida na Expo 2025 Osaka, em frente ao Pavilhão Brasil, organizado pela ApexBrasil. O projeto, chamado Pallas, apresenta móveis criados em colaboração entre designers e mestres carpinteiros ribeirinhos, utilizando técnicas tradicionais como trançados de palha, mata junta e ornamentos de madeira conhecidos como caqueados.

A empresa de arquitetura Guá, sediada em Belém (PA), lidera a pesquisa e desenvolvimento do projeto desde 2021, documentando saberes transmitidos oralmente e ameaçados de extinção. A proposta busca não apenas preservar essa técnica única, mas também empoderar os carpinteiros locais e promover a sustentabilidade cultural e econômica da região.

“A carpintaria da Amazônia é diferente de qualquer outra carpintaria do mundo”, afirma Luis Guedes, da Guá, que junto com Pablo do Vale lidera a iniciativa.

Entre as peças exibidas estão a poltrona Ednaldo, o cabideiro Edison e a mesa Josa — todas nomeadas em homenagem aos carpinteiros que contribuíram com seus saberes. Os móveis já começam a ganhar espaço em grandes lojas brasileiras, sinalizando o impacto positivo da proposta.

O Prêmio BIE-Cosmos reconhece projetos sem fins lucrativos alinhados ao tema da Expo 2025: “Projetando a Sociedade do Futuro para Nossas Vidas”. A premiação é promovida pelo Bureau International des Expositions (BIE), pela Expo ’90 Foundation of Osaka e pela Associação para a Expo 2025 Osaka.

“O projeto é um manifesto para valorizar a cultura regional brasileira e discutir a arquitetura ribeirinha”, destaca a equipe da Guá.

Além do Brasil, outros países finalistas incluem Guiné, Madagascar, Chile, Colômbia, Costa do Marfim, Gana, Argélia e Estados Unidos. A expectativa é que o reconhecimento internacional fortaleça ainda mais a preservação das técnicas amazônicas e amplie o debate sobre inovação cultural e sustentabilidade.