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Líder pró-democracia de Macao é preso sob lei de segurança

Au Kam San, ex-parlamentar, é acusado de conluio com forças estrangeiras em meio ao endurecimento político

Macao, Região Administrativa Especial de Macao, China, 1º de agosto de 2025 — Xinhua – O ex-deputado pró-democracia Au Kam San, de 68 anos, foi preso sob suspeita de violar a lei de segurança nacional de Macao, em um caso que marca a primeira detenção conhecida publicamente no território com base nesta legislação.

Segundo informações divulgadas pela polícia local e por veículos de imprensa da região, Au teria conspirado com forças estrangeiras com o objetivo de incitar o ódio contra Pequim e abalar a segurança nacional. Ele é uma figura histórica no movimento democrático local, tendo ocupado uma cadeira na Assembleia Legislativa de Macao por duas décadas e organizado eventos em memória das vítimas do massacre da Praça da Paz Celestial.

“A atuação do suspeito visava minar a autoridade do governo central e prejudicar a estabilidade de Macao”, declarou a polícia em nota oficial.

A prisão ocorre a poucas semanas das eleições legislativas marcadas para setembro, em um cenário de crescente repressão contra candidatos e movimentos dissidentes. Em pleitos anteriores, como o de quatro anos atrás, concorrentes ligados à causa democrática foram impedidos de disputar.

O presidente chinês Xi Jinping tem adotado uma linha dura frente aos movimentos pró-democracia tanto em Macao quanto em Hong Kong. Em discurso proferido durante a cerimônia de 25 anos da devolução de Macao à China, em dezembro do ano passado, Xi foi enfático ao reforçar o controle total de Pequim sobre os assuntos locais.

“O povo chinês deve garantir a jurisdição plena do governo central, sem jamais se desviar desse princípio”, afirmou Xi.

A aplicação rigorosa da lei de segurança nacional tem sido vista por críticos como um instrumento de repressão política e de silenciamento da oposição. Já as autoridades defendem a medida como essencial para a manutenção da ordem e da soberania nacional.

O caso de Au Kam San levanta novas preocupações sobre o futuro das liberdades civis em Macao e reforça os alertas sobre o estreitamento do espaço democrático nas regiões administrativas especiais da China.

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SourceNHK

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