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Colunista do Wall Street Journal acusa STF de promover “golpe de Estado” no Brasil e critica Alexandre de Moraes

Mary Anastasia O’Grady afirma que liberdade nas Américas vive o maior risco desde a Guerra Fria e aponta centralização de poder na Suprema Corte brasileira

Tokyo, Japão, 12 de agosto de 2025, The Wall Street Journal — A colunista Mary Anastasia O’Grady publicou, no domingo (10), um artigo acusando o Supremo Tribunal Federal (STF) de promover um “golpe de Estado” no Brasil, com críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes. No texto intitulado “Um Golpe de Estado na Suprema Corte do Brasil”, O’Grady afirma que a liberdade nas Américas enfrenta seu maior risco desde a Guerra Fria e compara a atuação da Corte a práticas de líderes autoritários como Hugo Chávez.

No artigo, a jornalista relembra a abertura do inquérito das fake news, em 2019, ordenada pelo então presidente do STF, Dias Toffoli, sem solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Para O’Grady, a medida violou a Constituição, que atribui ao Ministério Público a função de investigar e oferecer denúncias criminais, e retirou dos cidadãos o direito de serem julgados por tribunais locais.

Segundo a colunista, Toffoli escolheu “a dedo” Alexandre de Moraes para relatar o inquérito, contrariando o sorteio eletrônico previsto no regimento interno. O STF argumenta que, pelo Código de Processo Penal, não há impedimento ou suspeição quando o magistrado é alvo das ameaças investigadas.

O’Grady também cita o inquérito das milícias digitais, aberto em 2021, como exemplo de censura e desmonetização de conteúdos considerados “inaceitáveis” pelo tribunal. A Corte não comentou as acusações, alegando que as apurações estão em andamento.

Sobre os atos de 8 de janeiro de 2023, a colunista relativiza a gravidade, dizendo que “a maioria parecia ser um bando de idiotas de tênis vagando pelo terreno sem armas”. Para ela, “é claro que a política tomou conta do tribunal”, e observa que até elites políticas têm manifestado insatisfação com “juízes embriagados de poder”.

O artigo também menciona as sanções impostas pelos Estados Unidos a Moraes, com base na Lei Global Magnitsky, e afirma que isso causou apreensão entre outros ministros do STF, que temem novas punições caso o Brasil não restabeleça o Estado de Direito. A colunista ainda relaciona o episódio ao tarifaço de 50% aplicado pelo governo Trump sobre produtos brasileiros, o que teria fortalecido o nacionalismo e ampliado o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em nota publicada em 30 de julho, o STF repudiou as sanções norte-americanas, reiterando que o julgamento de crimes contra a democracia é competência exclusiva da Justiça brasileira. A Corte sustentou que as investigações apontaram indícios graves de crimes, incluindo planos para o assassinato de autoridades, e que todas as decisões de Moraes foram confirmadas pelo colegiado.

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