EUA impõem tarifa de 30% à UE e México a partir de agosto

Washington, D.C., Estados Unidos, 14 de julho de 2025, Associated Press – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (14) a imposição de uma tarifa de 30% sobre produtos importados da União Europeia e do México, com início previsto para 1º de agosto. A decisão, publicada por meio de cartas nas redes sociais, intensifica as tensões comerciais entre Washington e dois de seus principais parceiros econômicos.

O aumento tarifário ocorre após meses de impasse nas negociações entre Estados Unidos e União Europeia, especialmente nos setores automotivo e de aviação. Em abril, Trump havia anunciado um “imposto recíproco” de 20%, e em maio, ameaçou elevar a taxa para até 50%, caso não houvesse avanço nas conversas.

“A União Europeia está há muito tempo se aproveitando dos Estados Unidos. É hora de reciprocidade real”, escreveu Trump em sua publicação.

Em relação ao México, a nova tarifa de 30% substitui a atual de 25% aplicada sobre parte das exportações mexicanas. A justificativa de Trump segue sendo o combate ao tráfico de fentanil, que, segundo ele, entra no país em larga escala via território mexicano.

Contudo, não ficou claro se as novas tarifas se aplicarão aos produtos já cobertos pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), que garante isenções alfandegárias em vários setores.

“Apesar da cooperação do México na contenção da fronteira, ainda é insuficiente”, escreveu o presidente norte-americano em carta ao governo mexicano.

A medida já causou reações negativas em Bruxelas e na Cidade do México. Negociadores da UE afirmaram que estavam próximos de concluir um acordo com os EUA, enquanto autoridades mexicanas exigem esclarecimentos sobre a aplicação da tarifa e seu alcance sobre os bens isentos do USMCA.

Trump também notificou outras nações, como o Japão, que enfrentará uma tarifa de 25% sobre seus produtos destinados ao mercado norte-americano.

A nova rodada de tarifas é vista como parte da estratégia de campanha do presidente para reforçar seu discurso protecionista e sua postura “America First”, numa tentativa de angariar apoio entre setores industriais e eleitores nacionalistas às vésperas das eleições presidenciais.