Srebrenica, Entidade da Federação da Bósnia e Herzegovina, Bósnia-Herzegovina, 14 de julho de 2025, Al Jazeera Balkans – A Bósnia-Herzegovina marcou neste dia 14 de julho o 30º aniversário do massacre de Srebrenica, considerado o pior crime de guerra na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Em julho de 1995, mais de 8.000 muçulmanos bósnios foram assassinados por forças sérvias após a tomada da cidade, que havia sido declarada zona de segurança pela ONU.
A tragédia ocorreu em meio à dissolução sangrenta da antiga Iugoslávia e resultou na condenação à prisão perpétua de diversos líderes militares sérvios em tribunais internacionais. As sentenças foram consideradas marcos no desenvolvimento do direito internacional e abriram caminho para a criação do Tribunal Penal Internacional (TPI).
“É fundamental manter viva a memória dessas vítimas para garantir que tais crimes jamais se repitam”, disse um participante da cerimônia em Haia, na Holanda, onde também foi inaugurado um monumento em homenagem às vítimas.
Na Bósnia, familiares, sobreviventes e líderes locais participaram de cerimônias de oração, sepultamentos simbólicos e homenagens nas ruínas da antiga zona de segurança da ONU. A comoção foi reforçada pelo contexto atual de conflitos armados em várias partes do mundo.
Analistas reforçam a importância do papel da comunidade internacional na responsabilização de líderes por crimes contra a humanidade. O professor Kubo Keiichi, da Universidade Waseda, afirmou que os resultados do tribunal de Haia demonstram que a pressão global pode impor justiça mesmo a líderes militares e políticos que inicialmente resistem.
“Dizer ‘não’ a crimes de guerra não é apenas uma posição moral, é um dever histórico e contínuo”, enfatizou o especialista.
Atualmente, o Tribunal Penal Internacional mantém abertos diversos processos, incluindo mandados de prisão contra o presidente russo Vladimir Putin e outros membros do alto escalão do Kremlin por supostos crimes cometidos na Ucrânia.
O aniversário de Srebrenica serve como um lembrete doloroso da fragilidade da paz e da necessidade de vigilância constante contra os horrores da violência étnica e dos genocídios.
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