Funafuti, Funafuti, Tuvalu – 18 de julho de 2025, Radio Tuvalu – Em meio ao agravamento da crise climática e ao risco crescente de submersão total do território, cerca de metade da população de Tuvalu, pequeno país insular no Pacífico Sul, solicitou visto para migrar para a Austrália. Mais de 5 mil pedidos foram recebidos pelo governo australiano até o encerramento das inscrições, na sexta-feira (18).
O número equivale a 50% dos cerca de 10 mil habitantes da nação, que ocupa uma estreita faixa de terra a menos de dois metros acima do nível do mar. A apreensão com o futuro levou milhares de famílias a participar do programa migratório estabelecido por um tratado assinado entre Tuvalu e Austrália em 2023.
“Vivemos com medo de que a próxima maré alta leve tudo. Este visto é uma esperança para nossos filhos”, disse um morador de Funafuti, capital do país.
O acordo prevê que até 280 cidadãos de Tuvalu poderão se mudar por ano para a Austrália, por meio de sorteio. Os selecionados receberão residência permanente, com direito a trabalhar, estudar e acessar serviços de saúde e educação.
Segundo estimativas da ONU, até o ano de 2100, 95% do território tuvaluano poderá estar submerso durante marés altas, incluindo a própria capital.
O tratado entre Tuvalu e Austrália também tem caráter estratégico. Além do componente migratório, o país insular se comprometeu a consultar Canberra antes de firmar qualquer acordo de segurança com outras nações. O pacto é interpretado como um esforço para conter a crescente influência da China na região do Pacífico.
“A parceria com a Austrália garante não só uma rota de escape diante do colapso climático, mas também reforça nossa soberania em um contexto geopolítico complexo”, afirmou um representante do governo de Tuvalu.
O resultado do sorteio para a migração em 2026 será divulgado até janeiro do próximo ano. Enquanto isso, a população de Tuvalu vive a angústia de um futuro incerto, entre a preservação da identidade nacional e a busca por sobrevivência além-mar.
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