Tailândia impõe novas restrições ao uso da cannabis

Bangkok, Província de Bangkok, Tailândia, 27 de junho de 2025, Thai News Agency – A Tailândia, que em 2022 se tornou pioneira na Ásia ao descriminalizar a cannabis para impulsionar sua economia, adotou novas medidas rigorosas nesta semana, restringindo o uso da planta exclusivamente para fins medicinais. A medida do Ministério da Saúde passou a valer no dia (26).

A flor da cannabis voltou a ser classificada como erva controlada, e agora somente pacientes com prescrição médica poderão comprá-la legalmente. A decisão surge em meio a preocupações crescentes da população com o uso recreativo desenfreado, especialmente entre jovens.

Desde a descriminalização, milhares de estabelecimentos surgiram vendendo produtos à base de cannabis por todo o país, em especial nas movimentadas ruas de Bangkok. O cenário, antes celebrado como oportunidade de negócios, passou a ser alvo de críticas da sociedade civil.

“É uma substância viciante. Não acho certo que esteja tão acessível assim”, declarou um morador da capital, apoiando as novas medidas.

As mudanças vêm poucos dias após um dos principais partidos defensores da legalização deixar a coalizão governista, em protesto contra a condução política da primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra. O gesto sinalizou uma mudança de direção nas prioridades da atual gestão.

Empreendedores do setor demonstram apreensão. Um comerciante no centro de Bangkok afirmou que a súbita mudança nas regras deve afetar fortemente o mercado, especialmente os pequenos negócios.

“Essa transição foi muito abrupta. Muitas lojas não vão conseguir sobreviver”, lamentou.

Grupos defensores da cannabis já anunciaram que irão organizar manifestações contra a nova política, que consideram um retrocesso nos avanços dos últimos anos. Contudo, o governo reiterou que aplicará a legislação com rigor, alinhado ao seu plano mais amplo de combate às drogas.

Com as novas diretrizes, a Tailândia se afasta da imagem de país liberal em relação à cannabis e reafirma uma postura mais conservadora, buscando equilibrar interesses econômicos com questões de saúde pública e segurança social.