BCE corta juros pela 7ª vez seguida em meio à inflação baixa

Frankfurt, Alemanha – 6 de junho de 2025, NHK – O Banco Central Europeu (BCE) decidiu, nesta quinta-feira (5), reduzir sua principal taxa de juros pela sétima reunião consecutiva, refletindo o arrefecimento da inflação na zona do euro e a crescente preocupação com uma possível desaceleração econômica provocada pelas políticas tarifárias dos Estados Unidos.

O Conselho do BCE anunciou o corte de 0,25 ponto percentual na taxa de depósito, que passa agora a ser de 2%. Essa é a taxa que os bancos recebem ao depositar dinheiro com o BCE durante a noite e é um dos principais instrumentos para calibrar a política monetária na região.

“A decisão visa manter a estabilidade de preços diante de um cenário internacional desafiador”, indicou o banco.

Dados do Eurostat, o órgão estatístico da União Europeia, apontam que a inflação anual na zona do euro ficou em 1,9% em maio, abaixo da meta de 2% definida pelo BCE para o médio prazo. Essa queda sustentada da inflação tem aberto espaço para cortes sucessivos na taxa de juros como forma de estimular a economia.

Apesar do alívio inflacionário, o BCE manteve sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da região em 0,9% para 2025 — o mesmo índice divulgado em março. No entanto, o banco alertou que os riscos permanecem elevados.

“Uma escalada nas tensões comerciais nos próximos meses pode resultar em crescimento e inflação abaixo das projeções atuais”, advertiu a instituição.

Analistas financeiros avaliam que os cortes contínuos mostram a tentativa do BCE de prevenir impactos mais profundos em um cenário de incertezas globais, sobretudo com a possibilidade de novos embargos comerciais e tarifas impostas pelos Estados Unidos, que afetam diretamente o comércio exterior europeu.

O BCE segue monitorando os indicadores econômicos com atenção redobrada, mantendo a política monetária flexível e sinalizando que novos ajustes poderão ocorrer caso o cenário exija.