EUA retiram tropas de base militar na Polônia

Varsóvia, Voivodia da Subcarpácia, Polônia, 9 de abril de 2025 – PAP (Agência de Imprensa Polonesa) – O Exército dos Estados Unidos anunciou a retirada de tropas e equipamentos do centro logístico de Jasionka, no sudeste da Polônia, um dos principais pontos de apoio para o envio de armamentos à Ucrânia desde 2022. A medida, segundo o comando militar americano, faz parte de um plano de otimização operacional e deverá gerar uma economia de “dezenas de milhões de dólares”.

Jasionka, localizada próxima à fronteira com a Ucrânia, desempenhou papel fundamental no transporte de até 95% da ajuda militar enviada pelos EUA e seus aliados à Ucrânia após a invasão em larga escala pela Rússia. Apesar da retirada, as operações no local seguirão em funcionamento sob a liderança das forças polonesas, norueguesas, britânicas, alemãs e de outros aliados da OTAN.

O general Christopher Donahue, comandante das forças americanas na Europa e África, afirmou que, após três anos de presença contínua em Jasionka, era o momento adequado para “redimensionar” a atuação militar. Ele garantiu que o apoio à Ucrânia continuará firme, mas com uma presença americana mais enxuta.

Segundo o ministro da Defesa da Polônia, Władysław Kosiniak-Kamysz, as funções anteriormente exercidas por tropas dos EUA estão agora a cargo de forças aliadas. Embora Jasionka não tenha mais a liderança direta dos norte-americanos, os militares dos EUA continuam em solo polonês, com deslocamentos para outras bases permanentes no país, onde cerca de 10 mil soldados americanos permanecem estacionados.

A Alemanha, por exemplo, assumiu a responsabilidade pela proteção aérea do local com baterias de defesa antiaérea Patriot. Já a continuidade da operação logística sem interrupções foi garantida pelo ministério da Defesa polonês, que destacou a eficiência do redirecionamento de equipamentos conforme os protocolos já estabelecidos.

A decisão se insere em um contexto mais amplo de redistribuição de responsabilidades acordada na cúpula da OTAN realizada em Washington no ano anterior, que estabeleceu o novo Comando de Assistência e Treinamento de Segurança da OTAN para a Ucrânia.

Apesar de crescentes preocupações europeias quanto ao compromisso dos EUA com a defesa do continente, especialmente sob a presidência de Donald Trump — que tem criticado países da OTAN por gastos insuficientes em defesa —, autoridades polonesas reforçaram a importância da aliança com os Estados Unidos.

A Polônia, que destina 4,7% do seu PIB para defesa, sendo o maior percentual entre os países da OTAN, continua sendo elogiada por Washington. Em nota, o encarregado de negócios da embaixada americana em Varsóvia, Daniel Lawton, declarou que a mudança fortalece a parceria entre os dois países e assegura uma cooperação sustentável diante das novas exigências estratégicas.