Berlim, Alemanha, 2 de setembro de 2024 – Agência de Notícias Deutsche Welle – O partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, está prestes a fazer história ao vencer uma das duas eleições estaduais realizadas neste domingo (1) na Alemanha. Será a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que um partido considerado de extrema-direita vence uma eleição importante no país.
A apuração dos votos ainda está em andamento nos estados da Turíngia e da Saxônia, ambos na antiga Alemanha Oriental. Projeções divulgadas pela emissora pública ZDF mostram que a AfD deve conquistar 33,2% dos votos na Turíngia, garantindo uma vantagem de quase 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado.
Na Saxônia, a AfD está projetada para obter 30,4% dos votos, ficando ligeiramente atrás da União Democrata Cristã (CDU), o maior partido de oposição.
A vitória da AfD representa uma mudança significativa no cenário político alemão. O partido tem sido criticado por especialistas e pela mídia por suas posições consideradas extremistas, com alguns de seus políticos tendo feito declarações controversas que apoiam o nazismo e discriminam muçulmanos.
Historicamente, a Alemanha tem valorizado uma educação focada em impedir que forças de extrema-direita ganhem poder, baseando-se nas lições aprendidas com seu passado nazista. Nenhum partido rotulado como de extrema-direita havia emergido como a força política mais forte em eleições importantes no pós-guerra.
Os resultados também representam um duro golpe para o governo de coalizão do chanceler Olaf Scholz, já que os três partidos governistas devem perder votos em ambos os estados em comparação com as eleições anteriores de 2019. Essa derrota pode ter implicações significativas para as eleições nacionais do próximo ano.
A ascensão da AfD levanta questões importantes sobre o futuro político da Alemanha e o crescimento de movimentos de extrema-direita na Europa. Analistas políticos agora se voltam para entender as implicações desse resultado histórico e como ele pode influenciar a política nacional e europeia nos próximos anos.
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