Afinidade do público japonês pela China e Rússia atinge mínimos históricos

Tóquio, Japão – 20 de janeiro de 2024 – A última pesquisa anual do governo japonês sobre as percepções do público em relação à diplomacia revelou que a afinidade do povo japonês com China e Rússia atingiu níveis históricos baixos. Os resultados, divulgados na sexta-feira (19), pelo Gabinete, destacam uma mudança notável nas atitudes dos japoneses em relação a esses dois países.

O questionário, enviado a 3.000 cidadãos japoneses entre setembro e outubro do ano passado, obteve respostas de 1.649 participantes. Os dados revelam que apenas 12.7% dos entrevistados manifestaram sentimentos amigáveis em relação à China, uma queda de 5.1 pontos percentuais em comparação com a pesquisa anterior. Este número representa a porcentagem mais baixa desde a inclusão da China na pesquisa em 1978, embora seja importante notar que mudanças no método de pesquisa em 2020 tornam comparações simples desafiadoras.

Autoridades do Ministério das Relações Exteriores afirmam que a suspensão das importações de frutos do mar japonês por parte de Pequim, entre outras questões, pode ter influenciado a percepção negativa dos japoneses em relação à China.

Quanto à Rússia, apenas 4.1% dos entrevistados expressaram sentimentos amigáveis, marcando também um recorde negativo. Este declínio é atribuído à contínua invasão da Ucrânia, que tem sido amplamente condenada pela comunidade internacional.

Em contrapartida, a pesquisa mostrou que a afinidade do público japonês com os Estados Unidos permaneceu praticamente inalterada, com 87.4% dos entrevistados expressando sentimentos positivos em relação ao país. Além disso, a afinidade com a Coreia do Sul registrou um aumento de 6.9 pontos percentuais, atingindo 52.8%.

Estes resultados indicam não apenas a dinâmica complexa das relações internacionais do Japão, mas também ressaltam a influência direta de eventos geopolíticos nas percepções do público em relação a outros países. A manutenção e reconstrução dessas relações continuarão sendo desafios importantes para as autoridades japonesas nos próximos anos.