Johnny & Associates admite o abuso sexual do falecido fundador e a presidente renuncia

A agência de talentos japonesa Johnny & Associates pediu desculpas depois de admitir que seu falecido fundador, Johnny Kitagawa, abusou sexualmente de menores durante muitos anos.

A presidente da agência, Fujishima Julie, realizou uma coletiva de imprensa na quinta-feira (7) após a divulgação de um relatório na semana passada por um painel de terceiros que analisou as alegações de abuso sexual.

Fujishima disse: “A Johnny & Associates e eu mesma estamos cientes de que Kitagawa cometeu abuso sexual. Ofereço minhas sinceras desculpas àqueles que foram vitimados”.

Fujishima também disse que havia renunciado ao cargo de presidente e que um membro veterano da agência, Higashiyama Noriyuki, a havia substituído.

Esta é a primeira coletiva de imprensa da agência desde que vários homens alegaram que foram abusados sexualmente por Kitagawa quando eram menores de idade. Kitagawa morreu em 2019, aos 87 anos de idade.

O comitê, de terceiro,s afirma em seu relatório que Kitagawa abusou de um grande número de meninos durante décadas, a maioria deles dançarinos de apoio conhecidos como “Johnny’s Juniors”, que estavam esperando para estrear.

O relatório observa que, em uma empresa familiar, pode ser difícil impedir atos ilegais devido aos laços pessoais estreitos. O relatório diz que Fujishima, que é sobrinha do falecido fundador, deve se demitir para permitir que a agência tenha um novo começo.

Fujishima disse que leva a sério as recomendações do painel e renunciou ao cargo na terça-feira (5).

Higashiyama, que também participou da coletiva de imprensa, admitiu a má conduta sexual de Kitagawa e pediu desculpas.

Ele disse que sente muito por aqueles que foram vitimados e por aqueles que sentiram dor física e mental por um longo tempo. Ele disse que se aposentará de sua carreira no showbiz até o final do ano para lidar sinceramente com esse assunto.

Higashiyama era membro de uma boy band. Ele também trabalhou como ator e âncora de noticiário.

Fujishima disse que permanecerá como diretora representante da agência para lidar melhor com o assunto e tomar decisões. Ela disse que está pensando em deixar o cargo quando as medidas de socorro às vítimas estiverem bem encaminhadas.