Militares de Myanmar estendem o estado de emergência

A mídia estatal de Myanmar diz que os militares do país estenderam o estado de emergência por mais seis meses. Ele está em vigor desde o golpe militar há dois anos.

A junta tomou o poder alegando irregularidades em uma eleição nacional que viu o partido de Aung San Suu Kyi ganhar em um avalanche de votos. Mas não forneceu nenhuma prova para sustentar suas reivindicações.

Myanmar continua em caos. As forças pró-democracia estão se armado e lutado para retomar o controle. Um grupo local de direitos humanos diz que o número de assassinatos pelos militares está se aproximando de 3.000.

A ex-conselheira de Estado Aung San Suu Kyi permanece sob custódia – condenada a décadas de prisão. Grupos internacionais e governos estrangeiros apelaram para sua libertação.

Os militares haviam dito que realizariam uma eleição até agosto. Mas isso efetivamente tornou seu partido ilegal. Mesmo antes da prorrogação do estado de emergência, os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Grã-Bretanha estavam impondo novas sanções contra os membros da junta e autoridades de energia.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, disse: “As condições, no entanto, na Birmânia continuam a se agravar. É por isso que hoje estamos tomando algumas medidas adicionais para impor sanções a seis indivíduos e três entidades ligadas aos esforços do regime para gerar receita e adquirir armas”.

O Departamento do Tesouro dos EUA diz que as exportações de petróleo e gás ajudaram a junta a ganhar mais de 1 bilhão de dólares em receita anual.

O Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres, juntou-se à condenação internacional, apelando aos países para que se unam e exortando a junta a mudar de rumo.

Os cidadãos de Myanmar encenaram o que chamaram de “greve silenciosa” na quarta-feira (1), o segundo aniversário do golpe. A maioria das lojas em Yangon estava fechada e o tráfego nas ruas normalmente movimentadas estava muito reduzido.