Blixten tem vocalista feminina no resgate da sonoridade metal.

A Blixten é originaria de Araraquara, interior de São Paulo, e além de Kelly no vocal, também é formada pelo guitarrista Miguel Arruda, o baixista Aron Marmorato e o baterista Murilo Deriggi. Entre suas principais influências, o grupo cita nomes como Twisted Sister, Iron Maiden, Anthrax e Warlock, banda de Doro Pesch, talvez a principal representante feminina o segmento do metal tradicional de todos os tempos.

Os modelos de tradição são essenciais para a manutenção da origem de sujeitos, grupos e comunidades. Suas pegadas, seus rastros, o conhecimento de onde vieram! Para a comunidade metal, o Heavy Metal Tradicional, frente as sonoridades do contemporâneo, tem essa representação. O Metal Tradicional preserva o sentido original do estilo ao manter as raízes que lhe dão sustentação. No entanto, esses modelos de tradição também podem representar posturas exclusivas que transformam diferenças em desigualdades. Ou seja, dentro desses modelos de tradição como o Metal Tradicional, pode haver uma incapacidade de compreender o diferente ou uma intolerância com a diferença.

Entre essas diferenças não se apoiam apenas questões estético-sonoras, mas sobretudo as mudanças ocorridas na sociedade em geral que também se reverberam para a comunidade metal. Uma delas é a maior participação da mulher na produção, difusão e consumo da cultura heavy metal. E é justamente nesse ponto que a banda Blixten faz a tradição se adaptar às transformações e às diferenças ao ser liderada por uma mulher, a vocalista Kelly Hipólito, ao mesmo tempo que resgata a sonoridade do heavy metal tradicional.

Ao lembrar de quando tudo começou, a vocalista Kelly Hipólito reconhece que houveram dificuldades adicionais pelo fato de ser mulher. “Eu tive minha primeira banda aos 13 anos. Quem tocava comigo sempre dava apoio e não
rolava preconceito, o problema mesmo era o pessoal de fora, que não me conhecia e já julgava simplesmente por eu ser mulher e liderar uma banda. Pensa comigo: uma garota de 13 anos, cara de bebê, com influências de bandas que pouquíssima gente conhecia, isso era a morte para os marmanjos que frequentavam a noite!”

Para Kelly, as mulheres que vieram antes significaram fonte de inspiração e resistência. “Sempre me agarrei nas minhas inspirações femininas como Doro Pesch, Lita Ford, Leather Leone, Joan Jett, Suzi Quatro, Lee Aaron, Ann Boleyn, entre tantas outras. Mas eu nunca quis ser igual a elas, mas sim ser lembrada como elas, como uma mulher forte, de atitude e inspiração para tantas outras mulheres vocalistas que estão por vir. E a Blixten surgiu dessa vontade, de sair de comum, de fazer algo verdadeiro, algo que eu sentisse prazer em fazer.

E por sorte, e muita, muita procura, eu encontrei os caras certos para isso! Eu não estou fazendo música para mim, nossa música é para todos, sem fronteiras, sem militâncias, mas, ainda assim, quero que sirva de gatilho para muitas mulheres botarem cara a tapa e fazer aquilo que têm vontade, sem pensar no que o outro pode dizer.” Depois de ter disponibilizado seu primeiro single “Like Wild” em Abril de 2017, e de ter realizado dezenas de shows, entre eles alguns de destaque como a participação no Festival Araraquara Rock de 2017, ocasião em que foi convidada para “representar a cidade e também a contribuição feminina para o rock”, a Blixten lança agora o EP “Stay Heavy”.

Gravado no estúdio Távola em Araraquara, o EP “Stay Heavy” reúne cinco canções autorais e inéditas, além de “Like Wild” como faixa bônus. Para o baterista Murilo Deriggi, “Stay Heavy” representa aprendizado e um teste conquistado. “O processo de criação do EP foi novidade para a banda, desde a composição das músicas até a gravação. Foi nosso primeiro EP, e se contarmos com a “Like Wild” que foi o primeiro single, colocando tudo no mesmo pacote, foi a primeira vez que a Blixten passou por esse tipo de processo, e o resultado foi mais do que satisfatório.

As músicas estão coesas com o estilo que a gente propõe e com a pegada forte que ele exige. Se comparado com o que pensamos para o disco de estreia, o EP foi um teste super bem sucedido. “Stay Heavy” foi um momento de amadurecimento da banda, concretizando, de certa forma, a ideia que já tínhamos de qual caminho a musicalidade da Blixten deveria seguir.” Se musicalmente o Blixten segue convicto por esse caminho do Heavy Metal Tradicional com claras referencias do Hard Rock oitentista, em termos de letras a abrangência é maior.

“As letras da Blixten não seguem uma linha temática específica”, explica Murilo. “No EP temos letras que abordam desde o poder de um destino já escrito, representado na cultura árabe pelo termo “Maktub”, até um pouco do que o heavy metal significaria para nós (que é a própria “Stay Heavy”). Talvez a mensagem que passamos com o EP não seja relativo a temática das letras, mas sim quanto a musicalidade, já que a intenção sempre foi resgatar e transmitir a energia que sentimos pelas bandas que nos influenciaram”.

Evidentemente que o Blixten agora mira os palcos, embora já esteja pensando em seu disco cheio de estreia. Para o baixista Aron Marmorato, há muito campo para o Blixten se desenvolver, pelo menos tecnicamente, já que
esteticamente, e em termos de identidade, a banda está consolidada nessa manutenção da maneira tradicional de se fazer heavy metal e hard rock como se fazia nos anos 80. “Acredito que todo músico, toda banda, está sempre estudando, se aprimorando e com isso evoluindo. Mas é fato que no Blixten o som que nós fazemos é e sempre será baseado nessa releitura do Heavy e do Hard feito originalmente nos anos 80.”


Press Release:
Eliton Tomasi – SOM DO DARMA
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Da Redação by Cleo Oshiro

Cleo Oshiro
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