Filipinas: Corpos de civis encontrados perto da cidade, sitiada por islâmicos.
Corpos do que parecem ser de civis executados, foram encontrados em um barranco, fora de uma cidade sitiada nas Filipinas, no domingo (28), ocupada por seis dias por rebeldes islâmicos, que resistem a um ataque militar.
Os oito homens mortos, a maioria deles baleados na cabeça e alguns com as mãos amarradas atrás das costas, eram trabalhadores que foram detidos por militantes ligados ao estado islâmico, nos arredores da cidade de Marawi, enquanto tentavam fugir dos confrontos, de acordo com a polícia.
Nove capsulas de projeteis usadas foram encontradas em um pedaço de pano manchado de sangue da estrada, no alto do barranco. Junto a um dos corpos foi encontrado um cartaz com os dizeres “Munafik” (traidor).
A descoberta confirma as especulações de que os rebeldes do grupo Maute haviam executado civis durante a tomada, sangrenta, da cidade de Marawi, que os militares acreditam que visa ganhar o reconhecimento do grupo Maute pelo estado islâmico, no Oriente Médio, como uma filial do Sudeste Asiático.
O exército enviou tropas terrestres adicionais durante o fim de semana, e despachou helicópteros para realizar ataques de foguetes em posições do Maute, enquanto os terroristas mantém a posse de edifícios e uma ponte dentro da cidade predominantemente muçulmana, onde poucos civis permanecem.
Pelo menos 41 terroristas e 13 militares foram mortos desde sábado, de acordo com o exército. O número de civis mortos ainda é desconhecido.
A feroz resistência feroz dos terroristas do grupo Maute e as aparentes execuções de civis aumentaram o medo de que os radicais, que seguem a ideologia do estado islâmico, estão determinados a estabelecer uma presença no sul das Filipinas, com o apoio de extremistas da Indonésia e da Malásia.
O oficial da polícia de Marawi, Jamail C Mangadang, disse à Reuters que os oito homens encontrados mortos eram carpinteiro, que faziam parte de um comboio de evacuação atacado pelos rebeldes no sábado.
Recordando as informações fornecidas por seu superior, Mangadang disse que as vítimas foram retiradas de um caminhão porque não conseguiram citar versos do Alcorão, o texto sagrado islâmico.
“Ouvimos tiros, embora eu não tivéssemos certeza se foram as mesmas pessoas que foram baleadas”, disse ele.
No início da manhã, às 08:20, havia cidadãos preocupados que disseram “você pode verificar esses cadáveres?”.
Um longo dia de batalha
As batalhas reiniciaram no domingo, enquanto as tropas terrestres atacavam os terroristas com tiros pesados. Colunas de fumaça eram vistas no horizonte e helicópteros dispararam, pelo menos, oito foguetes em posições rebeldes.
Um drone de vigilância circulou o céu, acima da cidade de Marawi. Alguns civis deixaram a cidade a pé, outros foram vistos amarrando panos brancos a postes, para se distinguirem de militantes, enquanto soldados se amontoavam atrás de veículos blindados que avançavam lentamente.
Dezenas de milhares de pessoas fugiram de Marawi desde terça-feira, quando os terroristas entraram em uma escola, um hospital e uma catedral.
Cristãos foram tomados como reféns, de acordo com líderes da igreja, e mais de 100 presos, entre eles terroristas, foram libertados quando os rebeldes tomaram duas prisões.
Zia Alonto Adiong, um político local que está coordenando os esforços para tirar as pessoas da cidade, disse que havia corpos de civis mortos em Marawi. Ele criticou os militares por conduzirem ataques aéreos e por dificultar os esforços para evacuar civis.
“Alguns já não têm comida, outros temem por suas vidas “, disse ele. “Este é um conflito que foi além da proporção normal. A magnitude e o grau dos danos e as pessoas queestão sendo afetadas … é realmente enorme. ”
A violência irrompeu momentos depois de uma tentativa fracassada das forças de segurança de capturar Isnilon Hapilon, um líder de uma facção radical de outro grupo extremista, que o governo acredita ser o homem-chave do Estado islâmico nas Filipinas.
Militares estão certos de que os Maute estão protegendo Hapilon e reduziram a área para sua localização. Hapilon lidera uma facção radical de outro grupo terrorista baseado em Mindanao, o Abu Sayyaf.
O pouco conhecido grupo Maute organizou ataques similares na ilha de Mindanao, mas nenhum na escala de Marawi, onde as testemunhas disseram que as bandeiras parecidas com as do estado islâmico foram vistas sendo portadas por homens que usavam capuzes pretos.
O grupo Maute, no ano passado. matou 14 pessoas em em um atentado a bomba na cidade natal do presidente, e sua capacidade de campo de batalha tem sido um sério desafio para um exército que tem um maior número e poder de fogo.
Outra preocupação do governo foi a descoberta de combatentes estrangeiros com os Maute, entre eles indonésios e malaios, sugerindo que, o que antes era um problema doméstico poderia se transformar em uma ameaça maior à segurança regional. – Reuters
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