Polícia indiana acusada de estupro em massa durante operações. Autoridades, em uma área propensa a insurgências no centro da Índia, estão investigando alegações de que a polícia bateu, agrediu ou violou sexualmente pelo menos 16 mulheres tribais em 2015, disse um oficial nesta terça-feira, depois que o governo foi criticado por abusos de direitos.
A Comissão Nacional de Direitos Humanos – National Human Rights Commission (NHRC) disse no fim de semana que suas investigações preliminares descobriram que a polícia violou oito mulheres, molestou seis e agrediu duas em outubro de 2015, durante uma busca por insurgentes, no estado central de Chhattisgarh.
A NHRC, um órgão do governo, sugeriu que poderia haver mais vítimas de abuso policial, já que ainda não registrou as declarações de cerca de 20 outras mulheres com semelhantes queixas de violência por parte do pessoal de segurança.
O ministro do Interior de Chhattisgarh, Ramsewak Paikra, disse estar ciente da investigação do CNDH, acrescentando que o Departamento de Investigação Criminal – Crime Investigation Department (CID) do estado estava investigando o incidente.
“Vamos esperar pelo relatório. Uma ação rigorosa será tomada, se for encontrado algum culpado”, disse Paikra à Fundação Thomson Reuters, por telefone de Raipur, capital de Chhattisgarh.
Chhattisgarh é uma das regiões mais pobres e conturbadas da Índia.
Uma insurgência maoísta de décadas – travada, principalmente, em vastas florestas, ricas em minerais, por rebeldes que dizem estar lutando pelos direitos dos pobres e dos sem-terra – deixou os camponeses presos entre militantes e forças de segurança.
Ambos os lados são acusados de abusos contra comunidades tribais empobrecidas.
As forças de segurança são acusadas de execuções extrajudiciais, agressões sexuais e incêndios criminosos, enquanto os rebeldes são acusados de recrutar crianças, extorsão, sequestros e matar moradores suspeitos de serem informantes.
A NHRC disse que foi convocado a investigar o incidente, depois de um noticiário de que a polícia havia assediado sexualmente e agredido mais de 40 mulheres e estuprado pelo menos duas, ao passar por cinco aldeias, no distrito de Bijapur, de 19 a 24 de outubro de 2015.
A comissão disse que a polícia de Chhattisgarh “violou grosseiramente” os direitos humanos e pediu ao governo do estado que investigue o incidente dentro de um mês, relate suas descobertas e considere pagar indenização às vítimas.
Um alto funcionário da CID disse que a investigação pode levar pelo menos alguns meses, pois os investigadores precisam rastrear as vítimas, a maioria das quais vive em florestas remotas, com riscos de segurança devido à presença de rebeldes maoístas.
“A tarefa de rastrear as mulheres e levá-las, de suas aldeias para a corte, para registrar suas declarações é uma tarefa difícil”, disse o inspetor-geral da CID, H.K. Rathore. “Esta é a razão pela qual há um atraso.” – Reuters
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