China diz que estará fechando parte do Mar do Sul da China para exercícios militares

China diz que estará fechando parte do Mar do Sul da China para exercícios militares. A China disse, na segunda-feira, que está fechando uma parte do Mar da China Meridional para exercícios militares esta semana, dias depois que o Tribunal Internacional de Justiça decidiu contra a reivindicação de Pequim à propriedade de praticamente toda a região.

A administração marítima de Hainan disse que uma área a sudeste da província, seria fechada de segunda a quinta-feira, mas não deu detalhes sobre a natureza dos exercícios. A Marinha e o Ministério da Defesa não comentaram de imediato.

O anúncio foi feito no meio de uma visita de três dias à China pelo almirante da marinha dos EUA para discutir as disputas no Mar do Sul da China e formas de aumentar a interação entre as duas forças armadas.

O Chefe de Operações Navais, Almirante John Richardson, reuniu-se com o comandante da Marinha da China, Almirante Wu Shengli, durante sua viagem a Pequim e à cidade portuária de Qingdao, que começou no domingo. Também está prevista a visita à Academia de submarinos da Marinha, ao primeiro porta-aviões da China e discutir as fronteiras dos exercícios militares em curso no Pacífico.

A China rejeitou a decisão de terça-feira do Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia no caso iniciado pelas Filipinas, e se recusou a tomar parte na arbitragem, respondendo que as ilhas no Mar do Sul da China são “territórios inerentes da China”, dizendo que pode declarar uma zona de identificação de defesa aérea sobre as águas se sentir-se ameaçado.

Numa outra demonstração de desafio, Beijing enviou dois aviões civis para as pistas criadas em ilhas artificiais nos recifes de Mischief e Subi e a guarda costeira bloqueou um barco de pesca filipino que tentava entrar na área.

Dennis Blair, ex-comandante das forças americanas no Pacífico, disse ao Congresso, na quarta-feira, que os Estados Unidos devem estar dispostos a usar a força militar para se opor a agressão chinesa nos recifes disputados ao largo da costa das Filipinas. Blair disse que o objetivo de tal ação não era para comprar uma briga com a China no disputado Scarborough Shoal, mas para definir um limite sobre a sua coação militar.

O presidente filipino, Rodrigo Duterte, que disse antes da decisão, que queria iniciar conversações com a China sobre a questão, não comentou sobre a decisão do tribunal, mas descreveu as disputas territoriais como uma questão complicada que podem afetar a economia do país, bem como os laços com os Estados Unidos.

Duterte tem sido mais conciliador com a China em comparação com seu antecessor, Benigno Aquino III, que entrou com a queixa no Tribunal Internacional de Arbitragem contra Pequim.

O tribunal decidiu que a China violou o direito marítimo internacional através da construção de ilhas artificiais no mar do Sul da China e que destruiu os recifes de coral, e interrompeu a exploração de pesca e petróleo por parte das Filipinas.

Seis governos reivindicam territórios no Mar da China Meridional, embora a área onde os exercícios navais chineses estão sendo realizadas não seja considerado um local crítico em particular. A marinha e guarda costeira da China operam livremente em todo o Mar do Sul da China e fazem, regularmente, exercícios de tiro na área.

A construção de ilhas artificiais pela China inflamou as tensões regionais, com muitos temendo que Pequim vá usar as instalações para estender seu alcance militar e, talvez, restringir a navegação na área.

Várias vezes, no ano passado, navios de guerra norte-americanos, deliberadamente, navegaram perto de uma dessas ilhas para exercer a liberdade de navegação e desafiar as reivindicações. Em resposta, a China tem implantado caças e navios para rastrear e avisar os navios norte-americanos, e acusou os EUA de ameaçar sua segurança nacional.