O Japão vai cobrir o gastos de saúde dos sobreviventes dos bombardeamentos atômicos em Hiroshima e Nagasaki que estejam emigrados no estrangeiro, segundo estabelece uma decisão do Supremo Tribunal Japonês, noticiada hoje pela imprensa.
Até agora, o Estado japonês tinha rejeitado pagar a assistência médica dos mais de 4.000 “hibakusha” (nome que se dá, no Japão, aos sobreviventes dos ataques nucleares durante a II Guerra Mundial) que vivem no exterior, devido às diferenças entre o seu sistema de saúde nacional e o de outros países.
O país asiático já pagava aos sobreviventes emigrados um montante mensal, incluído num programa de ajudas específico, mas a partir de agora deverá cobrir todos os custos com cuidados de saúde como se fossem residentes no Japão, segundo a sentença emitida na terça-feira pelo tribunal e citada hoje pelo diário Nikkei.
A decisão surge depois do recurso apresentado em 2011 por um “hibakusha” e pelos familiares dos falecidos nos ataques atômicos, que reclamaram ao Estado japonês a cobertura dos gastos com tratamentos médicos na Coreia do Sul, país onde residem.
A sentença vai afetar todas as decisões anteriores de tribunais japoneses que negaram a cobertura total dos gastos com cuidados de saúde, e pode beneficiar cerca de 4.200 sobreviventes aos ataques que residem atualmente em 33 países.
Em março, o número total de “hibakusha” no Japão ou a residir noutros países chegava aos 183.519, quase metade dos 372.264 que existiam em 1980, e a sua idade média superava os 80 anos.
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