Imagem: AP/Carolyn Kaster – Uma aliança militar com os EUA não vai aumentar a segurança do Japão, disse à Sputnik a diretora do Centro de Filosofia e Paz de Vancouver e da plataforma Salvemos o Artigo 9º, Satoko Norimatsu.
“Se o Japão continuar a fortalecer sua conexão militar com os EUA, se tornará cada vez mais vulnerável porque os países que consideram com razão os EUA como uma ameaça acharão que o Japão faz parte deste fator de intimidação”, disse a especialista.
Norimatsu acrescentou que o Japão ao longo de sua história foi mais agressivo do que a China ou a Coreia do Norte, países que agora servem de desculpa para o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe modificar a doutrina de segurança do país e acabar com a posição pacifista adotada após a Segunda Guerra Mundial.
A especialista também denunciou que as autoridades japonesas têm feito todo o possível para que o país não discuta sobre as muitas agressões cometidas pelo Império do Japão contra outros países.
“A guerra agressiva do Japão no restante da Ásia e seus diversos crimes não foram suficientemente ensinados nas escolas. As referências a “mulheres de conforto” (milhares de mulheres destinadas forçosamente a prestarem serviços sexuais para as tropas) foram quase que completamente removidas dos livros e textos [escolares]”, disse ele.
Ela acrescentou que isso tem resultado no fato de que os estudantes e a sociedade japonesa apenas se recordam “dos sofrimentos do Japão (Hiroshima, Nagasaki, os bombardeios aéreos…) ao invés daquilo que o Japão fez a outros povos e países”.
Recentemente, a Câmara Baixa do Parlamento do Japão aprovou duas leis que mudam a doutrina de defesa do país e permitem às tropas japonesas combaterem no exterior pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
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