Os militantes do Estado Islâmico (EI) ameaçaram na terça-feira tomar a Faixa de Gaza e torná-la num dos seus feudos no Oriente Médio, acusando o Hamas, a organização que controla o enclave, de ser insuficientemente dura na implementação das leis do Islã.
Em um novo vídeo, feito pelo setor de mídia do EI em Aleppo, Síria, e intitulado “Uma mensagem para o nosso povo em Jerusalém”, o Estado Islâmico ameaça o Hamas com a tomada da Faixa de Gaza por achar a organização palestina insuficientemente dura.
O EI também critica o Hamas por ter negócios com entidades “nacionalistas” e “secularistas” como o Irã e o movimento xiita Hezbollah, no Líbano.
Posando com rifles de assalto Ak47, três homens endereçam a sua mensagem aos “tiranos do Hamas”:
“Vamos arrasar o Estado Judaico [Israel], vocês e o Fatah e todos os secularistas não são nada e vocês serão esmagados pelas nossas multidões crescentes”, diz um dos militantes no vídeo.
“O domínio do sharia [lei islâmica] será implementado em Gaza, apesar de vocês”, adicionam os terroristas do EI.
Curiosamente, o Estado Islâmico fala pouco e é bastante comedido sobre o governo israelense, embora este oprima os palestinos e não siga a sharia.
As possíveis versões do aparecimento de tal vídeo são comentadas por Akram Atalla, o especialista em questões de Israel, jornalista do jornal palestino Al-Ayyam.
“Esta vídeo-mensagem, em que o EI ameaça o Hamas com derramamento de sangue, pode ser uma farsa. Ou ela foi feita por militantes comuns que tiveram um conflito pessoal com o Hamas”, disse.
Entretanto, há outra versão:
“Este vídeo poderia ter sido feito com a aprovação do lado israelense, para usar a ameaça proveniente do Estado Islâmico na Faixa de Gaza como um novo pretexto para operações militares na própria Faixa de Gaza”, diz especialista.
Comentando a seriedade das ameaças, EI Atalla diz que “Palestinos não vão tomar isso a sério, porque para eles a situação na Faixa de Gaza já está muito desestabilizada”.
“Porém, vale notar que, apesar da força suficiente do Hamas para manter o controle do enclave palestino, o EI representa mesmo assim uma grave ameaça para eles. Isso porque a organização terrorista tem experiência de guerra com exércitos regulares (governamentais), como aconteceu na Síria e no Iraque”, conclui o especialista.
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