Confrontos entre Tailândia e Camboja deixam deslocados

Bangkok, Tailândia, 22 de dezembro de 2025, Xinhua – As tensões entre Tailândia e Camboja voltaram a se intensificar ao longo da fronteira disputada entre os dois países, com novos confrontos militares registrados ao longo de dezembro. Os embates já deixaram 40 mortos, incluindo civis, e forçaram mais de 700 mil pessoas a abandonar suas casas.

O governo cambojano afirma que ataques aéreos realizados pelas forças tailandesas têm avançado para áreas cada vez mais distantes da fronteira desde meados de dezembro. Segundo Phnom Penh, mais de 500 mil pessoas já foram evacuadas apenas em território cambojano.

A Tailândia, por sua vez, nega ter atingido áreas civis e sustenta que suas ações seguem “estritamente dentro da lei”. O Exército tailandês afirma que mais de 210 mil pessoas foram deslocadas após um ataque cambojano contra uma área habitada.

“As operações seguem protocolos legais e nunca miram civis”, declarou um porta-voz militar tailandês, reforçando que o país apenas responde a agressões vindas do outro lado da fronteira.

A crise atual ocorre meses após um cessar-fogo intermediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em outubro, após confrontos mortais registrados em julho. No entanto, o governo tailandês suspendeu o acordo no mês passado, depois que soldados foram feridos pela explosão de uma mina na região fronteiriça.

A escalada militar reacende preocupações internacionais e pressiona a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que convocou uma reunião emergencial em Kuala Lumpur nesta segunda-feira (22). Representantes de Tailândia e Camboja confirmaram presença no encontro, que busca restabelecer o diálogo e conter o avanço da violência.

“A prioridade é evitar novas perdas humanas e restaurar a estabilidade na região”, afirmou um diplomata da ASEAN envolvido nas negociações.

Enquanto isso, moradores das áreas afetadas continuam enfrentando deslocamentos forçados, destruição de infraestrutura e incertezas sobre quando poderão retornar às suas casas. A comunidade internacional acompanha com preocupação o risco de agravamento do conflito.