BOJ sinaliza novas altas de juros

Tóquio, Japão, 25 de dezembro de 2025, NHK – O presidente do Banco do Japão, Ueda Kazuo, afirmou que a instituição está preparada para continuar elevando as taxas de juros conforme a atividade econômica e os preços mantêm trajetória de fortalecimento. A declaração foi feita durante um encontro da Federação Empresarial do Japão nesta quinta-feira (25).

Na semana anterior, o banco central elevou a taxa básica para cerca de zero vírgula setenta e cinco por cento, o nível mais alto em trinta anos. Ueda destacou que a probabilidade de o país retornar ao chamado “estado de norma zero”, no qual salários e preços praticamente não se movem, diminuiu de forma significativa.

Ele observou que os salários seguem em alta e que o repasse de custos de produção para os preços finais está se disseminando de maneira consistente. Para o dirigente, esse ambiente reforça a perspectiva de que a economia japonesa está se afastando de um ciclo prolongado de estagnação.

Ueda também enfatizou a importância de investimentos em recursos humanos e infraestrutura, afirmando que empresas devem manter estratégias ativas para ampliar produtividade e lucratividade no médio e longo prazo.

Segundo ele, salários e preços devem continuar subindo de forma moderada, alinhando-se ao cenário projetado pelo banco central, que prevê inflação em torno da meta de dois por cento entre a segunda metade do ano fiscal de dois mil e vinte e seis e o ano fiscal de dois mil e vinte e sete.

“Ajustaremos a taxa básica e o grau de acomodação monetária conforme a evolução da economia e dos preços”, afirmou Ueda durante o discurso.

O presidente do BOJ acrescentou que a continuidade desse processo permitirá alcançar um ambiente de crescimento sustentável, capaz de oferecer às empresas condições estáveis para planejar e operar com confiança.

“O objetivo é construir uma base sólida para que o setor corporativo possa atuar com segurança no longo prazo”, completou o dirigente.

A sinalização reforça a expectativa de que o Japão seguirá avançando em direção à normalização monetária, após décadas de juros ultrabaixos e inflação persistentemente fraca.