Japão busca retomada de visitas às Ilhas do Norte

Nemuro, Província de Hokkaido, Japão — 9 de novembro de 2025 — Kyodo News – O ministro japonês responsável pelos Assuntos de Okinawa e Territórios do Norte, Kikawada Hitoshi, afirmou no dia (8) que pretende negociar com Moscou para permitir que ex-residentes das Ilhas do Norte possam retomar as visitas aos túmulos de seus ancestrais. As viagens foram suspensas após a invasão russa da Ucrânia, em 2022, e desde então permanecem bloqueadas.

Durante visita ao Cabo Nosappu, em Nemuro, Kikawada pôde observar as ilhas Habomai, parte do arquipélago em disputa. Foi sua primeira ida à região desde que assumiu o cargo. O ministro se reuniu com ex-moradores e autoridades locais, recebendo uma petição que solicita a retomada imediata das visitas.

“Os antigos residentes expressaram o desejo profundo de voltar a pisar em suas terras e visitar os túmulos de seus familiares”, declarou Kikawada.

O ministro destacou que pretende utilizar os canais diplomáticos disponíveis para pressionar a Rússia a permitir o acesso. A questão das Ilhas do Norte, controladas por Moscou mas reivindicadas por Tóquio, continua sendo um dos principais entraves nas relações bilaterais.

Para os ex-residentes, a impossibilidade de visitar os túmulos representa uma ferida aberta e um obstáculo à preservação da memória familiar. O governo japonês considera que a retomada das visitas seria um gesto humanitário, sem impacto direto na disputa territorial.

“A disciplina diplomática e a firmeza são essenciais. O Japão deve proteger seus cidadãos e não abrir mão de seus direitos históricos”, avaliou um analista conservador.

Para setores de direita, a iniciativa de Kikawada é vista como passo necessário para reafirmar a soberania japonesa e manter viva a ligação cultural e histórica com as ilhas. A retomada das visitas seria também um sinal de que Tóquio não cede diante da pressão russa, preservando sua dignidade nacional.

Com o avanço das negociações, espera-se que o Japão consiga garantir ao menos a retomada parcial das visitas, reforçando sua posição diplomática e atendendo ao clamor dos ex-residentes que aguardam há anos para rever os túmulos de seus ancestrais.