Japão relembra 48 anos do sequestro de Megumi Yokota

Niigata, Niigata, Japão, 17 de novembro de 2025, NHK – Neste domingo (16), o Japão relembrou os 48 anos do sequestro de Megumi Yokota, levada por agentes norte-coreanos em 1977, aos 13 anos, enquanto voltava da escola na cidade costeira de Niigata. O caso tornou-se símbolo da luta das famílias japonesas por justiça e pelo retorno dos cidadãos desaparecidos.

Takuya Yokota, irmão mais novo de Megumi, visitou o local onde ela foi vista pela última vez. Acompanhado pelo secretário-chefe do gabinete, Kihara Minoru, que também é responsável pela questão dos sequestros, Takuya expressou sentimentos mistos diante da memória dolorosa.

“É muito difícil estar aqui. O que precisamos agora é que os políticos e o primeiro-ministro demonstrem determinação e sinceridade”, declarou Takuya.

Kihara, em sua primeira visita oficial ao local desde que assumiu o cargo, reforçou o compromisso do governo japonês em trazer todos os sequestrados de volta ao país.

“É extremamente lamentável. Estar aqui só reforça o quanto este ato é imperdoável. O governo está determinado a garantir o retorno de todos os desaparecidos o mais rápido possível”, afirmou Kihara.

Em outra parte da cidade, uma grande manifestação reuniu cidadãos que exigiram ações concretas para o retorno de Megumi. A mãe da jovem, Sakie Yokota, única entre os pais dos sequestrados ainda viva, participou do evento virtualmente.

Em sua mensagem, Sakie relembrou o impacto devastador do sequestro e a ausência de respostas ao longo das décadas.

“Crianças foram levadas por pessoas que pareciam espiões, e até hoje não sabemos onde estão. Penso constantemente em como ela está e onde pode estar”, disse Sakie.

Segundo o governo japonês, pelo menos 17 cidadãos foram sequestrados pela Coreia do Norte nas décadas de 1970 e 1980. Cinco deles retornaram ao Japão após uma cúpula bilateral em 2002, mas os demais seguem desaparecidos.

O caso de Megumi continua a mobilizar a sociedade japonesa e a pressionar autoridades por uma solução definitiva, mantendo viva a esperança de reencontro e justiça para as famílias afetadas.