Irã condiciona negociações nucleares aos EUA

Tóquio, Japão — 7 de novembro de 2025 — NHK – Um alto funcionário iraniano declarou no dia (6) que a retomada das negociações nucleares com os Estados Unidos dependerá exclusivamente da postura de Washington. O vice-ministro das Relações Exteriores, Saeid Khatibzadeh, afirmou em entrevista que o diálogo só será possível se os norte-americanos demonstrarem intenção genuína de negociar em pé de igualdade e abandonarem exigências consideradas abusivas.

As conversas entre Teerã e Washington estão suspensas desde junho, após ataques dos EUA e de Israel contra instalações nucleares iranianas. Apesar disso, o presidente Donald Trump sinalizou no mês passado disposição para reabrir o diálogo, afirmando que “as mãos da amizade e da cooperação estão abertas”.

“Se os Estados Unidos tiverem qualquer intenção real de chegar a um acordo em pé de igualdade, usando a linguagem do respeito e abandonando suas ilusões, tudo será possível”, disse Khatibzadeh.

O diplomata ressaltou que o programa de mísseis do Irã não está em pauta, por se tratar de questão de soberania e integridade territorial. Ele também mencionou as inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em instalações atacadas, destacando que o acesso continua limitado e que é necessário encontrar mecanismos de cooperação.

Para Teerã, a reconstrução das bases nucleares danificadas é um direito soberano e não pode ser condicionado por pressões externas. Já para Washington, o desafio é garantir que o Irã não utilize o programa nuclear para fins militares, mantendo o equilíbrio estratégico no Oriente Médio.

“O Irã insiste em sua autonomia, mas os EUA têm a responsabilidade de proteger seus aliados e impedir avanços que ameacem a segurança global”, avaliou um analista político em Tóquio.

A posição iraniana reforça o impasse diplomático que se arrasta há anos e coloca em evidência o papel dos Estados Unidos como ator decisivo. Observadores conservadores destacam que a firmeza de Trump em relação ao Irã pode ser um fator de pressão essencial para evitar concessões que fragilizem a segurança internacional.

O futuro das negociações permanece incerto, mas a mensagem de Teerã é clara: sem respeito e sem condições equilibradas, não haverá acordo.