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Figos Ramy: Doce lembrança de uma época inesquecível

Konan, província de Shiga. Japão, 13 de novembro de 2025 – Elisabete Panssonatto Breternitz (*) – Os Figos Ramy, produzidos pela CICA desde 1945, tornaram-se um doce querido pelos brasileiros até deixados de serem fabricados em 1986.
Eram figos roxos maduros e firmes, transformados em passas carnudas, mergulhadas em calda espessa, vendidos em latas de 600 gramas.

Produzidos apenas entre janeiro e março, chegaram a 300 mil latas anuais. Degustavam-se puros ou com creme de leite,  sorvete etc.

O pintor Di Cavalcanti, nos anos 1960, servia os figos com fatias de laranja para “quebrar a doçura”.

O nome “Ramy” veio de Vila Rami, bairro de Jundiaí onde havia uma fazenda com figueiras e cultivo de rami.

O fundador da CICA, o siciliano Antonino Messina, encantou-se com os figos secos preparados por um funcionário da fazenda, Carlo, e decidiu industrializá-los com a ajuda de um confeiteiro italiano, Magnani.

O trio criou um processo demorado e artesanal, que resultava em um doce de sabor inigualável, exportado até para a Escandinávia.

Segundo Salvador Messina Neto, último vice-presidente da CICA, o doce deixou de ser produzido por causa do alto custo.

Hoje, há inúmeras cópias do Figo Ramy, mas que não conseguem se igualar ao original.

Com um toque de nostalgia, pode-se dizer que, quem provou, levou consigo o sabor de um tempo que não volta; quem não provou, perdeu o doce segredo que o tempo guardou.

(*) Elisabete Panssonatto Breternitz, Especialista em Língua Inglesa pela UNESP, é professora e membro da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí – AFLAJ. betenitz@gmail.com

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