China suspende importações de produtos marinhos do Japão

Pequim, China, 19 de novembro de 2025, Xinhua – O governo chinês comunicou a Tóquio que suspendeu efetivamente as importações de produtos marinhos japoneses. A medida foi justificada como necessária para avaliar o monitoramento da água tratada e diluída proveniente da usina nuclear de Fukushima Daiichi, mas também pode estar ligada às recentes tensões diplomáticas após declarações da primeira-ministra japonesa Takaichi Sanae sobre Taiwan.

Autoridades japonesas foram informadas que, a partir desta semana, a China deixará de aceitar certificados que comprovam que os alimentos passaram por testes de radioatividade, requisito essencial para a exportação de produtos marinhos ao país.

“A suspensão reflete tanto preocupações ambientais quanto o atual clima político entre Pequim e Tóquio”, afirmaram fontes oficiais.

As importações de frutos do mar japoneses já haviam sido interrompidas em agosto de 2023, quando começou o despejo da água tratada de Fukushima no oceano. Em junho deste ano, Pequim havia anunciado a retomada parcial das compras, exceto de dez províncias, incluindo Fukushima. Exportações de vieiras e pepinos-do-mar haviam sido reiniciadas neste mês.

A água utilizada para resfriar o combustível derretido da usina, misturada com chuva e lençol freático, passa por tratamento para remover a maior parte das substâncias radioativas, mas ainda contém trítio. Antes do despejo no mar, o líquido é diluído para reduzir os níveis a cerca de um sétimo do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde para água potável.

Em 2022, antes do início do despejo, as exportações japonesas de produtos marinhos para a China somaram 87,1 bilhões de ienes, aproximadamente 559 milhões de dólares, tornando o país o maior destino dessas vendas. Em 2024, o valor caiu drasticamente para cerca de 39 milhões de dólares.

“O impacto econômico é significativo, já que havia grande expectativa pela retomada das exportações ao mercado chinês”, destacou o Ministério da Pesca do Japão.

A suspensão reforça os desafios enfrentados pela indústria pesqueira japonesa, que depende fortemente do mercado chinês, e evidencia como questões ambientais e diplomáticas se entrelaçam em disputas comerciais.