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quarta-feira, 12 novembro, 2025 11:07: pm
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A trajetória de Monteiro Lobato

Autor de “Urupês” e do “Sítio do Picapau Amarelo” revolucionou a literatura infantil e o pensamento nacional

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Konan, província de Shiga, Japão — 4 de novembro de 2025 — Elisabete Panssonatto Breternitz (*) – Contista, ensaísta e tradutor, José Bento Renato Monteiro Lobato nasceu em Taubaté no dia 18 de abril de 1882.

Seu sonho era estudar belas artes, mas, por imposição do avô, que o via como sucessor na administração dos negócios da família, acabou ingressando na Faculdade de Direito de São Paulo, no Largo de São Francisco.

Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô.

Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, reunindo posteriormente uma série deles no livro Urupês, sua obra-prima como escritor.

Em uma época em que os livros de autores brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a publicar livros no Brasil e implantando diversas inovações nos livros didáticos e infantis.

Mesmo assim, seguiu colaborando em publicações estudantis e fundou, com os colegas de turma, a “Arcádia Acadêmica”, em cuja sessão inaugural fez um discurso intitulado Ontem e Hoje.

Lobato já era reconhecido por seu estilo original, humor refinado e crítica aguçada. Dois anos depois, foi eleito presidente da Arcádia Acadêmica e colaborou com o jornal Onze de Agosto, publicação do Centro Acadêmico XI de Agosto, onde escreveu artigos sobre teatro.

Entre suas curiosidades, recebeu do pai uma bengala com as iniciais J.B.M.L. (José Bento Marcondes Lobato) e, por isso, mudou seu nome de José Renato para José Bento. Aos 13 anos, foi reprovado em português, embora já escrevesse para três jornais. Era anticonvencional e sempre defendeu suas ideias com firmeza, mesmo que gerassem polêmica.

Entre suas obras mais conhecidas estão Reinações de Narizinho, Caçadas de Pedrinho, O Sítio do Picapau Amarelo, A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Emília no País da Gramática, O Poço do Visconde e A Chave do Tamanho.

Além dos livros infantis, escreveu também O Choque das Raças, A Barca de Gleyre e O Escândalo do Petróleo, no qual defendeu o nacionalismo e a exploração do petróleo por empresas brasileiras.

Monteiro Lobato faleceu em São Paulo em 4 de julho de 1948, deixando um legado inestimável à literatura e à cultura do Brasil.

(*) Elisabete Panssonatto Breternitz, Especialista em Língua Inglesa pela UNESP, é professora e membro da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí – AFLAJ. betenitz@gmail.com

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