Brasília, Distrito Federal, Brasil — 6 de outubro de 2025 — A posse de Verônica Abdalla Sterman como ministra do Superior Tribunal Militar (STM), no dia (30), marca um ponto de inflexão na história da Corte. Em mais de dois séculos de existência, apenas duas mulheres chegaram ao tribunal — o que deveria ser motivo de celebração. No entanto, o contexto da nomeação revela um cenário preocupante: o avanço da influência política sobre uma instância que deveria ser técnica, autônoma e blindada contra disputas ideológicas.
Sterman não é magistrada, não é militar e sequer concluiu seu mestrado em Direito Processual Penal. Sua principal credencial é a proximidade com o núcleo político do governo Lula, tendo como clientes figuras como Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo e Geraldo Alckmin. Sua chegada ao STM ocorre justamente quando o tribunal se prepara para julgar oficiais acusados de conivência no episódio do dia (8) de janeiro — um caso que o governo trata como símbolo da resistência institucional contra sua narrativa.
A nomeação de Sterman se insere em uma sequência de indicações que transformaram o STF, o TSE, a PGR e a AGU em peças de um tabuleiro político. Agora, o STM — historicamente vinculado à proteção da hierarquia militar — é convertido em palco da guerra ideológica. A toga, nesse contexto, deixa de ser símbolo de imparcialidade e passa a representar um instrumento de poder.
O risco não está apenas na biografia da nova ministra, mas no momento em que ela assume. Com militares sendo julgados por suposta conivência com atos antidemocráticos, a presença de uma advogada alinhada ao governo levanta dúvidas sobre a imparcialidade dos julgamentos. A Justiça Militar, que deveria garantir equilíbrio e respeito à legalidade, pode se tornar mais uma trincheira de perseguição política.
A nomeação de Verônica Sterman não é uma escolha técnica, tampouco um gesto de inclusão feminina. É uma peça estratégica na consolidação de um projeto de hegemonia institucional. O Brasil assiste, em tempo real, à captura de mais uma instância de poder — e os militares, ao aceitarem isso passivamente, tornam-se cúmplices da própria desfiguração. O STM, agora, veste a farda da política.
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