Madagascar dissolve governo após protestos com mortos

Antananarivo, Província de Antananarivo, Madagascar — 1 de outubro de 2025 — South African Press Association (SAPA) – O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, anunciou a dissolução do governo e a demissão do primeiro-ministro após uma onda de protestos na capital resultar em pelo menos 22 mortes e mais de 100 feridos. Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança ocorreram desde o dia (25), em meio à insatisfação popular com cortes crônicos no fornecimento de energia elétrica e água.

As manifestações, lideradas principalmente por jovens, foram reprimidas com gás lacrimogêneo e, em alguns casos, munição real. A violência gerou críticas internacionais e um apelo da ONU para que as forças de segurança evitem o uso desnecessário e desproporcional da força.

“Peço desculpas se membros do governo não cumpriram as tarefas que lhes foram atribuídas”, declarou Rajoelina em pronunciamento televisivo no dia (30).

A decisão de dissolver o governo ocorre em um momento de forte pressão popular. Muitos manifestantes exigem não apenas mudanças administrativas, mas também a renúncia do próprio presidente. A taxa de desemprego entre jovens e a precariedade dos serviços básicos têm alimentado o descontentamento social em um dos países mais pobres da África.

Ainda não está claro se a medida será suficiente para conter os protestos. A população segue mobilizada, e líderes comunitários pedem reformas estruturais e maior transparência nas ações do governo.

“O povo quer mais do que desculpas. Quer dignidade, trabalho e acesso aos serviços essenciais”, afirmou um representante local.

A expectativa é que Rajoelina anuncie nos próximos dias um novo gabinete, enquanto tenta restaurar a estabilidade política e social no país. Observadores internacionais acompanham de perto os desdobramentos da crise.