Cúpula da ASEAN termina sem avanço sobre Mianmar

Kuala Lumpur, Estado Federal de Kuala Lumpur, Malásia — 29 de outubro de 2025 — Kyodo News – A Cúpula da ASEAN chegou ao fim após três dias de reuniões na capital da Malásia, sem avanços concretos sobre a crise em Mianmar. Representantes dos países do Sudeste Asiático, além de delegações dos Estados Unidos, Japão e China, participaram do encontro que teve como um dos principais temas o conflito interno no país governado por militares desde o golpe de 2021.

As discussões se concentraram nos confrontos entre as forças armadas e grupos pró-democracia e minorias étnicas, além das eleições gerais previstas para começar em dezembro. No entanto, o bloco não conseguiu definir medidas práticas para conter a violência ou garantir a legitimidade do processo eleitoral.

“Não acredito que essas eleições serão livres e justas. E não acredito que contribuirão para resolver os problemas de Mianmar”, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante o encontro.

Fontes próximas às negociações indicam que os países membros da ASEAN decidiram não enviar observadores eleitorais ao país, diante da exclusão de grupos opositores e da falta de garantias democráticas. A decisão reflete o impasse diplomático e a dificuldade do bloco em lidar com a situação sem interferir diretamente nos assuntos internos de Mianmar.

A ausência de consenso sobre ações efetivas reforça o desafio da ASEAN em manter sua relevância como mediadora regional. A crise em Mianmar continua a gerar preocupação internacional, com impactos humanitários e riscos à estabilidade política no Sudeste Asiático.

“A ASEAN precisa encontrar formas de agir com firmeza sem romper com seus princípios de não intervenção”, comentou um diplomata asiático presente à cúpula.

Com o encerramento do encontro, os olhos se voltam para os próximos passos do regime militar de Mianmar e para a resposta da comunidade internacional diante de um processo eleitoral marcado por dúvidas e exclusões. A expectativa é que novas rodadas de diálogo sejam propostas, mas sem previsão de mudanças imediatas no cenário político do país.