Coreia do Norte roubou bilhões em criptomoedas

Tóquio, Japão — 24 de outubro de 2025 — NHK – Um relatório divulgado por uma equipe multinacional de monitoramento de sanções da ONU revelou que a Coreia do Norte roubou cerca de 2,8 bilhões de dólares em criptomoedas entre 2024 e setembro de 2025. Os ataques cibernéticos atingiram plataformas de câmbio digital em diversos países, incluindo os Emirados Árabes Unidos e o Japão.

A equipe, composta por 11 países — entre eles Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul —, foi criada em outubro de 2024 para fiscalizar o cumprimento das sanções impostas ao regime norte-coreano, após a dissolução do painel de especialistas do Conselho de Segurança da ONU.

Segundo o relatório, os hackers norte-coreanos invadiram grandes exchanges de criptomoedas como a Bybit e a DMM Bitcoin, desviando ativos digitais em larga escala. Além disso, o documento aponta que o país tentou obter informações confidenciais sobre instalações nucleares e submarinos de nações como EUA, Reino Unido e Coreia do Sul.

“Tecnologias sul-coreanas roubadas foram utilizadas no desenvolvimento de satélites de reconhecimento e mísseis balísticos lançados por submarinos”, destaca o relatório.

O documento também denuncia que os recursos obtidos com os ataques cibernéticos estariam sendo usados para financiar programas militares e espaciais do regime de Pyongyang, em violação direta às resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

A declaração conjunta do grupo de monitoramento pede a reativação imediata do painel de especialistas da ONU, com a mesma estrutura e autoridade que possuía antes de sua dissolução, vetada pela Rússia em abril de 2024.

“Diante das contínuas violações, é urgente restaurar os mecanismos de fiscalização internacional”, afirma o comunicado.

O relatório reforça preocupações globais sobre o uso de crimes cibernéticos como ferramenta de financiamento estatal e destaca a necessidade de cooperação internacional para conter ameaças digitais e proteger infraestruturas críticas. A ONU ainda não se pronunciou oficialmente sobre a recomendação.