Konan, província de Shiga, 30 de outubro de 2025 – Elisabete Panssonatto Breternitz (*) – Mais do que um simples chinelo de borracha, as Havaianas são praticamente um “personagem” da cultura brasileira.
Criadas em 1962 pela São Paulo Alpargatas, foram inspiradas nas sandálias japonesas Zori, feitas de palha de arroz; daí o famoso padrão de “grãos de arroz” na palmilha.
O primeiro modelo era azul e branco, simples e barato, o calçado oficial da classe trabalhadora. Minha mãe foi uma das primeiras a usá-las, mas jamais para sair de casa;  somente para lavar a cozinha, porque não escorregava.
O sucesso foi tanto que, nos anos 1980, as Havaianas foram parar até na cesta básica!
Isso mesmo: um produto tão essencial quanto o arroz e o feijão, com preço tabelado pelo governo.
O slogan da época dizia tudo: “As legítimas: não deformam, não soltam as tiras e não têm cheiro.”
Mas eis que chegam os anos 1990, e o chinelo humilde ganha status. A revolução começou nos pés dos surfistas, que viravam as solas para mostrar o lado colorido — e a Alpargatas, aproveitando a ideia, lançou a linha Havaianas Top, colorida e estilosa.
O golpe de mestre veio em 1998, com o modelo Havaianas Brasil, que trazia a bandeira nacional nas tiras, surfando o clima da Copa do Mundo.
O time perdeu, mas o chinelo venceu: virou símbolo de moda, de brasilidade e de bom humor exportado.
Hoje, com mais de 60 anos de história e presença em mais de 100 países, as Havaianas se tornaram um símbolo de design e marketing, unindo ricos e pobres sob o lema “Todo mundo usa.”
E pra encerrar, uma história real digna de podcast: uma intercambista do Rotary Club de Jundiaí, oriunda da cidade canadense de Kamloops, Reid Brodie, apaixonada pelas sandálias, se casou em 2008 usando Havaianas e ainda distribuiu 100 pares no casamento!
O resultado? Um verdadeiro frenezi internacional de borracha e alegria.
Afinal, Havaianas são assim: simples, confortáveis e, acima de tudo, genuinamente brasileiras.
 (*) Elisabete Panssonatto Breternitz, Especialista em Língua Inglesa pela UNESP, é professora e membro da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí – AFLAJ. betenitz@gmail.com
(*) Elisabete Panssonatto Breternitz, Especialista em Língua Inglesa pela UNESP, é professora e membro da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí – AFLAJ. betenitz@gmail.com