Fed reduz juros pela primeira vez desde dezembro

Washington, Distrito de Columbia, Estados Unidos — 18 de setembro de 2025 Associated Press (AP) – O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciou no dia (17) o primeiro corte na taxa básica de juros desde dezembro de 2024. A redução foi de 0,25 ponto percentual, levando os juros para o intervalo entre 4% e 4,25% ao ano. A decisão ocorre após cinco reuniões consecutivas sem alterações e reflete preocupações com a desaceleração do mercado de trabalho e a persistência da inflação.

A medida já era amplamente esperada pelos mercados financeiros, que vinham precificando a flexibilização desde junho. O presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que novos cortes poderão ocorrer até o final do ano, dependendo dos dados econômicos.

“O mercado de trabalho está em equilíbrio delicado. Precisamos agir com cautela para evitar riscos maiores,” declarou Powell após o anúncio.

A inflação nos Estados Unidos permanece acima da meta de 2% ao ano, com o índice de preços ao consumidor registrando alta de 2,9% em agosto. Ao mesmo tempo, a criação de empregos desacelerou, com apenas 22 mil novas vagas em agosto, o menor número desde o auge da pandemia.

O corte também ocorre em meio a pressões políticas. O presidente Donald Trump vinha cobrando publicamente uma redução nos juros, alegando que a política monetária estava prejudicando o crescimento econômico. A tentativa de demissão da diretora Lisa Cook, barrada por um tribunal federal, intensificou o debate sobre a independência do Fed.

“Este é o primeiro passo de uma trajetória que pode incluir mais três cortes até abril,” afirmou um analista do setor financeiro.

Com a nova taxa, o Fed busca estimular o consumo e o crédito, sem perder o controle sobre a inflação. A expectativa é de que o ritmo de cortes seja mantido em 0,25 ponto percentual por trimestre, podendo levar os juros para cerca de 3,5% ao ano até o final de 2026.

A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto está marcada para o dia (6 de novembro), quando os dados atualizados de emprego e inflação serão decisivos para a continuidade da flexibilização.