Teerã, Província de Teerã, Irã — 16 de setembro de 2025 IRNA – O Irã completa neste dia (16) três anos da morte de Mahsa Amini, jovem curda de 22 anos que faleceu sob custódia policial após ser detida por supostamente usar o hijab de forma inadequada. O episódio, ocorrido em 2022, desencadeou uma onda de protestos em todo o país, com forte participação feminina e palavras de ordem como “Mulher, vida, liberdade”.
A repressão aos protestos resultou em centenas de mortes e milhares de prisões, segundo dados de organizações internacionais. Apesar da violência estatal, o movimento provocou mudanças visíveis na sociedade iraniana, com muitas mulheres deixando de usar o véu islâmico em público, mesmo sob risco de punições.
“O fato de as patrulhas da polícia da moralidade terem desaparecido das ruas é uma conquista absoluta da resistência feminina,” declarou Niloofar, arquiteta de 27 anos residente em Teerã.
Em meio às pressões internas e externas, o presidente Masoud Pezeshkian anunciou no mês de agosto uma nova diretriz que suspende a aplicação de penalidades contra mulheres que não usam o hijab. A medida representa uma inflexão na política ultraconservadora vigente desde 1979, quando o uso do véu se tornou obrigatório por lei.
A nova postura do governo reformista também inclui propostas para ampliar direitos femininos, como a emissão de carteiras de habilitação para motocicletas, até então proibidas para mulheres. A decisão gerou críticas de setores religiosos, mas é vista como um gesto de aproximação com a opinião pública.
“Mahsa mudou a história do Irã. Hoje temos mais espaço, mesmo que ainda não seja liberdade total,” afirmou Niloofar.
O governo iraniano também enfrenta tensões externas, após ataques atribuídos a Israel e aos Estados Unidos. Analistas apontam que o relaxamento das regras sobre o hijab pode ser uma tentativa de reduzir o desgaste interno e evitar novos confrontos sociais.
Três anos após a tragédia que abalou o país, o nome de Mahsa Amini permanece como símbolo de resistência e transformação. Seu legado continua vivo nas ruas, nos gestos cotidianos e nas vozes que desafiam o silêncio imposto por décadas.
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