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Timor-Leste recua em pensões vitalícias após protestos

Estudantes lideram manifestações em Díli e pressionam Parlamento a rever privilégios políticos e leis de reunião

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Díli, Província de Díli, Timor-Leste — 19 de setembro de 2025 Xinhua – Após três dias de intensos protestos liderados por estudantes universitários, o Parlamento de Timor-Leste anunciou no dia (18) que iniciará discussões para extinguir o sistema de pensões vitalícias concedidas a seus membros. A decisão ocorre após manifestações que tomaram as ruas da capital Díli desde o dia (15), com milhares de jovens exigindo o fim de privilégios políticos em meio à pobreza generalizada no país.

Além da pensão vitalícia, os parlamentares também foram criticados pela proposta de aquisição de veículos de luxo para uso pessoal, medida que foi retirada da pauta no dia (17). Os protestos, organizados pelo Movimento Estudantil de Timor-Leste, contaram com o apoio de diversas organizações da sociedade civil e resultaram em confrontos com a polícia, deixando feridos.

“Não aceitamos privilégios enquanto o povo sofre. Queremos dignidade, não luxo,” declarou Natalizio Moniz, porta-voz dos estudantes.

Em reunião com os líderes do movimento, os cinco principais partidos com representação parlamentar — CNRT, Fretilin, PD, PLP e Khunto — comprometeram-se a apresentar propostas legislativas para revogar a pensão vitalícia e revisar a lei que regula o direito de reunião e manifestação. Também foi acordado que, durante a votação do próximo orçamento, será destinado um adicional de 10% para setores produtivos.

A suspensão temporária das manifestações foi anunciada após o acordo, mas os estudantes alertaram que poderão retornar às ruas caso os compromissos não sejam cumpridos. A mobilização revelou um profundo descontentamento com o modelo de governança e a desigualdade social no país, onde cerca de 42% da população vive abaixo da linha da pobreza.

“Essa juventude não luta apenas contra pensões. Luta por um Estado que priorize saúde, educação e trabalho,” afirmou um representante da sociedade civil.

Com mais de 60% da população abaixo dos 25 anos, Timor-Leste vive uma nova onda de engajamento político juvenil. As manifestações de setembro são vistas como um marco democrático e um alerta às elites sobre a urgência de reformas estruturais.

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SourceNHK

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