Tailândia escolhe sucessor após queda de premiê

Bangkok, Província de Bangkok, Tailândia — 2 de setembro de 2025 — Reuters – A Tailândia vive um impasse político desde a destituição da primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra, ocorrida no dia (29), após decisão do Tribunal Constitucional que a considerou culpada por violação ética. A crise foi desencadeada por sua condução das tensões fronteiriças com o Camboja, que resultaram em protestos e perda de apoio parlamentar.

Com o cargo vago, o Parlamento tailandês deve eleger um novo chefe de governo ainda esta semana. Entre os nomes cotados estão Chaikasem Nitisiri, do partido governista Pheu Thai, e Anutin Charnvirakul, líder do opositor Bhumjaithai.

“O próximo premiê precisa se comprometer com reformas constitucionais e convocar novas eleições em até quatro meses”, declarou um porta-voz do Partido Popular, principal força pró-democracia da oposição.

A escolha do novo líder dependerá do apoio da oposição, que exige mudanças estruturais no sistema político tailandês. A expectativa é de que o novo governo enfrente forte pressão popular para lidar com a crise diplomática e restaurar a confiança nas instituições.

Paetongtarn, filha do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, foi acusada de favorecer interesses estrangeiros após o vazamento de uma ligação com o presidente do Senado cambojano, Hun Sen. O episódio ocorreu em meio a um conflito de cinco dias na fronteira, que deixou dezenas de mortos e reacendeu tensões históricas entre os dois países.

“Minhas intenções eram em benefício do país, para a vida das pessoas, incluindo civis e soldados”, afirmou Paetongtarn após sua saída.

A Tailândia já viu cinco líderes destituídos nos últimos 17 anos, reflexo de uma instabilidade política crônica. A sucessão atual pode definir os rumos do país diante de uma sociedade cada vez mais mobilizada e exigente por transparência e representatividade.

Enquanto os parlamentares negociam alianças, a população aguarda por um novo capítulo que possa trazer estabilidade e respostas concretas às demandas sociais e diplomáticas.