Protestos na Indonésia deixam mortos e prédios incendiados

Jacarta, Província de Jacarta, Indonésia — 1 de setembro de 2025 — Reuters – A onda de protestos que se espalha pela Indonésia ganhou contornos dramáticos após a morte de quatro pessoas em um incêndio provocado por manifestantes em Makassar, capital da província de Sulawesi do Sul. O episódio ocorreu no dia (29), quando um prédio do parlamento regional foi invadido e incendiado.

Os protestos começaram na capital, Jacarta, na semana anterior, em reação aos altos salários e benefícios concedidos a parlamentares. A situação se agravou no dia (28), após um veículo blindado da polícia atropelar e matar um motorista de mototáxi, gerando revolta popular.

“Os últimos acontecimentos indicam uma tendência de ações anárquicas em várias regiões, como incêndios em prédios públicos e ataques a sedes administrativas”, declarou a Polícia Nacional da Indonésia.

Em Makassar, além dos mortos, outras quatro pessoas foram hospitalizadas com ferimentos graves. As vítimas estavam dentro do edifício no momento do incêndio e não conseguiram escapar.

O presidente Prabowo Subianto cancelou sua visita oficial à China, onde participaria de uma parada militar e outros eventos no dia (3). A decisão foi tomada diante da escalada dos protestos e da necessidade de acompanhar de perto a situação interna.

“O direito à reunião pacífica deve ser respeitado, mas não podemos ignorar que há indícios de atos que configuram traição e terrorismo”, afirmou Subianto em discurso no palácio presidencial.

A embaixada do Japão em Jacarta emitiu um alerta para que cidadãos japoneses evitem sair às ruas sem necessidade, diante do risco de novos confrontos.

As manifestações, que começaram como protestos pacíficos, se transformaram em uma crise nacional, com atos violentos registrados em diversas cidades do arquipélago, incluindo Yogyakarta, Bandung, Semarang e Medan. O governo promete uma investigação transparente sobre os episódios, enquanto a população segue mobilizada contra o que considera privilégios excessivos da classe política.