Países árabes se reúnem após ataque de Israel em Doha

Doha, Província de Doha, Catar — 16 de setembro de 2025 Al Jazeera – Líderes de mais de 50 países árabes e islâmicos estão reunidos em Doha desde o dia (15) para discutir uma resposta coordenada ao ataque aéreo realizado por Israel contra uma delegação do Hamas na capital do Catar. O bombardeio, ocorrido no dia (9), matou cinco membros do grupo palestino e um oficial de segurança catari, gerando condenação internacional e agravando as tensões diplomáticas na região.

A cúpula emergencial, convocada pelo primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, tem como objetivo elaborar uma resolução conjunta com medidas concretas contra Israel. Entre as propostas em discussão estão sanções diplomáticas, suspensão de acordos bilaterais e apelos à ONU por ações imediatas.

“Chegou o momento de a comunidade internacional parar de usar dois pesos e duas medidas e sancionar Israel por seus crimes,” declarou Al Thani na abertura da cúpula.

O ataque israelense ocorreu enquanto representantes do Hamas estavam em Doha para negociar um plano de cessar-fogo em Gaza. A ofensiva foi considerada um ato de “terrorismo de Estado” pelo governo do Catar, que atua como mediador nas negociações entre Israel e o grupo palestino.

Em paralelo à reunião em Doha, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, está em visita oficial a Jerusalém, onde se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no dia (15). Segundo o Departamento de Estado americano, Rubio discutirá prioridades de segurança no Oriente Médio e os objetivos das operações militares israelenses em Gaza.

“O ataque em Doha ameaça os esforços de paz e a estabilidade regional. A resposta precisa ser firme e coletiva,” afirmou um diplomata árabe presente à cúpula.

O projeto de resolução em elaboração alerta que os atos hostis de Israel, incluindo bombardeios, bloqueios e políticas de expansão, colocam em risco os avanços diplomáticos obtidos nos últimos anos, como os acordos de normalização com Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

A cúpula segue até o dia (17), com expectativa de anúncio oficial das medidas adotadas pelos países participantes. Enquanto isso, os bombardeios em Gaza continuam, e milhares de civis seguem deslocados em meio à escalada do conflito.